O ministro turco do Interior avisou nesta sexta-feira que a Turquia pode deixar 15.000 refugiados saírem por mês rumo à Europa, após a polêmica gerada pelo cancelamento de comícios a favor do presidente turco em Alemanha e Holanda.
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“Se vocês quiserem, podemos abrir a passagem para os 15.000 refugiados que não enviamos a vocês a cada mês e deixá-los sem fôlego”, declarou na quinta-feira Süleyman Soylu, segundo a agência pró-governamental Anadolu.
“Devem levar em conta que não podem jogar na região sem contar com a Turquia”, acrescentou.
Soylu criticou o fato de vários países europeus, sobretudo Alemanha e Holanda, terem cancelado comícios organizados pelo governo turco para defender o “sim” no referendo de 16 de abril, com o qual pretende aumentar os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.
“Mudará a Constituição na Alemanha? Na Holanda? (…) São nossos assuntos internos. O que importa a eles? Em que se metem?”, declarou o ministro.
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Soylu também acusou a Alemanha e a Holanda de estarem envolvidas nas manifestações anti-Erdogan de junho de 2013, assim como nos protestos pró-curdos de outubro de 2014 e no golpe de Estado frustrado de julho de 2016. “Tentam completar o trabalho que não terminaram”, disse.
Turquia e União Europeia (UE) atravessam a pior crise diplomática destes últimos anos após o episódio dos comícios.
Nos últimos dias, as autoridades turcas já haviam ameaçado colocar fim ao pacto migratório fechado há um ano com a UE para deter a chegada diária de milhares de migrantes às ilhas gregas do mar Egeu.
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