A Turquia advertiu nesta quarta-feira que o novo diálogo de paz para a Síria está em risco, e acusou o governo de Bashar al Assad de violar a frágil trégua promovida por Moscou, Teerã e Ancara.

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O cessar-fogo trouxe tranquilidade a muitas localidades do país, mas é ameaçado pelos contínuos confrontos na região de Wadi Barada, nos arredores de Damasco.

As forças do governo, apoiadas pelo grupo libanês Hezbollah, tentam recapturar Wadi Barada, muito importante para o abastecimento de água na capital.

O fornecimento de água foi interrompido em 22 de dezembro e o governo acusa os rebeldes.

O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, exortou o regime e seus aliados a terminar com as “violações” à trégua, advertindo que estão colocando em risco as conversações previstas para este mês em Astana, capital do Cazaquistão.

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“Se não pararmos as violações à trégua, o processo de Astana poderá fracassar. Depois do cessar-fogo registramos violações”, disse Cavusoglu à agência estatal Anatólia.

“Quando analisamos quem comete estas violações identificamos o Hezbollah, em particular grupos xiitas, e o regime”, acrescentou o ministro.

O funcionário pediu à Rússia e ao Irã – promotores das conversações em Astana – que pressionem Damasco e o Hezbollah pelo fim dos combates.

Apesar do apelo, os combates persistiam nesta quarta-feira em Wadi Barada, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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Wadi Barada está sitiada pelas forças do regime desde 2015, mas a ofensiva se intensificou há algumas semanas como parte da estratégia de Damasco para pressionar os rebeldes a aceitar “um pacto de reconciliação”.

burs-srm/lr