O ministro turco da Defesa alertou neste sábado sobre uma “invasão” francesa no norte da Síria, depois que representantes curdos recebidos em Paris disseram que a França fortaleceria suas forças na região.
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“Se a França der um passo como um destacamento militar no norte da Síria, seria uma medida ilegítima, contrária ao direito internacional”, declarou o ministro Nurettin Canikli em Giresun (nordeste). “Seria uma invasão”.
A própria França alertou a Turquia em fevereiro contra qualquer tentativa de “invadir” a Síria, depois que Ancara lançou uma operação contra os combatentes curdos das Unidades de Proteção do Povo (YPG), um grupo classificado de “terrorista” pelas autoridades turcas, mas aliado da coalizão internacional no combate ao grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.
Em um discurso televisionado a seus partidários em Istambul neste sábado, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan assegurou que a operação de Ancara na Síria “não é uma invasão, mas visa salvar a região de gangues sanguinárias”.
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“Como você pode nos dar lições de civilização? Olhe primeiro para a sua própria história”, declarou em direção à França, referindo-se à Guerra da Argélia e à operação francesa na Líbia em 2011.
A presidência francesa indicou na sexta-feira que não planejava uma nova operação militar no norte da Síria fora da coalizão internacional contra o EI. Mas “não exclui reorganizar sua intervenção na Síria (…) para alcançar seus objetivos, apenas no âmbito da coalizão”.
Agentes das forças especiais francesas estão presentes na Síria, mas o país continua muito discreto sobre este ponto.
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Esses esclarecimentos foram dados no dia seguinte às declarações de autoridades curdas que asseguraram, depois de serem recebidas no Eliseu, que Paris enviaria “novas tropas” para a região de Minbej, no norte da Síria, sob controle das YPG, que Ancara prometeu erradicar.
* AFP