Nesta semana, após a virada de ano, os turistas ainda permanecem em peso nas praias de São Francisco do Sul. A mais movimentada é tradicionalmente a Enseada. A professora Mari Oliveira, 52 anos, mora no Paraná e tem uma casa na cidade. Ela é frequentadora assídua da Enseada, apaixonado pela praia, mas confessa que as pessoas costumam reclamar muito da falta de água nos chuveiros públicos da praia.

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De acordo com comerciantes da região, a pressão tem sido menor ao longo dos últimos dias, prejudicando a vida também de quem está hospedado em casas sem caixa de água ou poço artesiano. Segundo relatos de uma turista, uma lanchonete na Prainha precisou reduzir o atendimento por causa do problema nesta semana.

A Águas de São Francisco do Sul informou que mesmo com o aumento do volume de água distribuído ao longo do mês de dezembro e as obras realizadas durante o ano, os imóveis localizados nas pontas da rede podem sofrer com a baixa pressão. No entanto, a situação é normalizada no decorrer da noite.

A companhia diz que está trabalhando com uma vazão média suficiente para distribuição. Com as chuvas previstas para os próximos dias, a produção deve voltar ao máximo, recuperando a pressão no sistema.

Falta de energia elétrica também incomoda

Veranistas ainda reclamaram da falta de energia elétrica durante três dias seguidos – durante cerca de três horas – na região da praia do Ervino. Segundo a Celesc, as ocorrências registradas são "consequência de uma situação, vez que nem todas as unidades consumidoras são legalizadas".

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Isso gera uma sobrecarga no sistema elétrico previsto para atender aquela área. A Celesc afirmou que tem mantido constante diálogo com os órgãos competentes para tentar resolver a situação.

Veranistas reclamam da falta de banheiros

O empresário Wellington Souza, 29 anos, chegou à praia da Enseada no dia 30 com a namorada e a família dela, que já é frequentadora de São Francisco do Sul. Natural de Curitiba (PR), ele gostou da praia porque oferece muitas opções de gastronomia e lazer. No entanto, ele sentiu falta de uma estrutura melhor na orla, com a presença de mais chuveiros e banheiros.

— A Enseada acaba perdendo para algumas praias que tem mais infraestrutura nesse sentido — afirma.

A proprietária de um quiosque localizado na praia diz que a falta de banheiros o suficiente para atender ao público faz com que as pessoas procurem os estabelecimentos comerciais que ficam na rua em frente a faixa de areia. Segundo ela, os comércios acabam cobrando pelo uso do espaço.

Segundo a Prefeitura, foram instalados 30 banheiros químicos nas praias da cidade, com a maior concentração na Enseada, por onde estão espalhados na orla. A gerente de turismo também conta que na próxima semana também serão contratados dois banheiros-contêiner para atender à demanda do verão.

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Paciência no acesso às praias

A cidade é o principal destino dos veranistas no Norte do Estado e uma das que mais sofrem com as condições do acesso às praias. Todo ano, os turistas precisam ter paciência para encarar os congestionamentos na BR-280, que é a única rodovia que dá acesso a São Francisco do Sul.

A rodovia não tem grandes problemas no asfalto ou na sinalização. O que causa mais transtorno para os motoristas é o congestionamento. Há pontos de retenção onde há radares e travessias urbanas, principalmente nos 37 quilômetros entre a cidade e a vizinha Araquari.

Para quem sai de Joinville, o encontro da rua Waldomiro José Borges com a BR-280, no bairro Itinga, é um dos locais de maior lentidão. O gargalo é antigo e causado pela falta de duplicação na rodovia, que dá acesso não apenas a São Francisco do Sul, como a Balneário Barra do Sul.

Em 2019, a verba do Governo Federal destinada às obras de duplicação será de R$ 99,1 milhões — a proposta inicial era de R$ 95 milhões e o ideal mesmo era R$ 300 milhões. Com isso, os trabalhos na via devem continuar em ritmo lento.

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