Mar próprio para banho, árvores com sombras atrativas para o descanso, chuveiros para tirar a areia e o sal do corpo antes de ir para casa, um calçadão para caminhadas, bancos para apreciar toda a beleza da Praia do Quilombo e guarda-vidas a postos. Esse poderia ser o lugar perfeito para as férias de verão em família. Mas nem tudo está tão em ordem assim. Moradores e turistas reclamam do esquecimento público no local. Parte do calçadão está danificada, assim como a maioria dos bancos de madeira à beira-mar. Faltam lixeiras e não há acessibilidade para cadeirantes.
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– É triste ver a situação assim. É uma praia tão bonita, gostosa de vir, calma. Poderia receber um carinho especial na manutenção – fala a aposentada Maria Odete Schmitt Pereira, 69 anos.
A Praia do Quilombo recebe muitos turistas do Vale do Itajaí. É justamente a calmaria do lugar citada pela aposentada Odete que os atrai para a Penha. Morador de Rio do Sul, Jonas Adão Cândido, 48, veio com a mulher e as duas filhas para aproveitar os 15 dias de férias. À beira-mar, tudo certo. Fora da faixa de areia, a família teve uma surpresa desagradável.
– As minhas filhas estavam lavando os pés no chuveirinho e eu resolvi sentar no banco para esperar. Não percebi que a tábua estava solta e sentei. Por muito pouco não caí no chão – conta Cândido.
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Outras armadilhas podem ser encontradas ao longo da Praia do Quilombo. Um exemplo é o bueiro no final do calçadão. Parte da estrutura quebrou e os próprios moradores fecharam o buraco com um pedaço de madeira. Poucos metros à frente, a passagem na via exclusiva de pedestres está impedida. As lajotas cederam no local onde fica a tubulação de drenagem pluvial.
Mas para Antônio Carlos Vieira Santos, 32, o maior problema é a falta de acessibilidade aos cadeirantes.
– Ou você chega à areia da praia pelas escadas, ou pulando o paralelepípedo e seguindo pela trilha no meio da restinga. E quem usa cadeira de rodas, como fica? – questiona o professor de Matemática.
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Secretário de Obras nega esquecimento
Ao longo de toda a Praia do Quilombo, casas à beira-mar chamam atenção pelo capricho. Praticamente todas estão pintadas, e mesmo as que estão fechadas, possuem jardins muito bem cuidados. Um contraste do que se vê ao atravessar a rua.
– Parece que só se dá importância aos turistas que vêm de outros estados ou países. Eu moro em Blumenau e tenho casa de veraneio em Penha há mais de 10 anos. Quando estou aqui, também sou turista e gasto nos quiosques, nos mercados, no açougue. Tenho o mesmo direito e sou tão exigente quanto os argentinos que lotam as nossas praias – desabafa o aposentado Hugo Mathias Muller, 71 anos.
Secretário de Obras de Penha, Evaldo Eredes dos Navegantes nega o esquecimento na Praia do Quilombo. Ele conta que desde dezembro a cidade está com o Projeto Praia Limpa em andamento. Durante os três meses da temporada, 30 homens são responsáveis pela limpeza diária das 19 praias de Penha, incluindo a do Quilombo. Sobre as reclamações de falta de infraestrutura no local, o secretário garante que a prefeitura faz o possível para manter as praias em plenas condições de lazer.
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– Aqui em Penha, nós prezamos pelo turismo. É uma bandeira que levantamos forte – completa Eredes dos Navegantes, afirmando que fará uma visita pessoalmente ao local.