O anúncio de que as praias de Jurerê e Canasvieiras, em Florianópolis, têm pontos impróprios para o banho, não afastou turistas e moradores dos locais. Nesta sexta-feira (6), nem os alertas, nem a chuva fraca, impediram que as faixas de areias de ambos locais ficassem cheias.

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Em Jurerê Internacional, muitos banhistas não sabiam que o local tinha se tornado impróprio. “Mas cadê a placa?”, perguntou uma turista gaúcha. 

Junto a família, Agnés Melo, 23 anos, escolheu a praia de Jurerê para passar os dias de férias em Florianópolis. A surpresa em saber que o ponto era impróprio a fez procurar por placas ou indicações.

— Está tudo tão normal. Tem certeza? — perguntou ela sobre a informação. 

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Os avisos do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) atualizados on-line na segunda-feira (2) não se materializaram em forma de placas, outdoor ou qualquer tipo de material físico que pudesse avisar sobre as condições da água atestadas pelo instituto. 

O levantamento mostrou que Canasvieiras tem todos os pontos da praia considerados impróprios e Jurerê apenas um local dos sete avaliados é tido como próprio. 

Quem tem o comércio na praia como fonte de renda, ficou surpreso com a avaliação da água. O vendedor de bebidas conhecido como Bahia Bad Boy, dono de um carrinho estampado dezenas de vezes com a logo da marca americana, diz que escolheu trabalhar no agitado balneário justamente pela limpeza do local.

Placa pedia que as pessoas acessassem o site do IMA para saber qualidade da água (Foto: Catarina Duarte, NSC Total)
Ponto de desemboque de água fluvial em Jurerê (Foto: Catarina Duarte, NSC Total)

— A gente sabe que tem outras praias mais sujas como Ingleses. Eu trabalho aqui em Jurerê há 11 anos e aqui o mar sempre está clarinho — afirma o vendedor. 

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Não muito longe de onde ele estacionou seu carrinho na manhã desta sexta, uma espécie de “rio” desembocava na água do mar. Segundo a prefeitura de Florianópolis, a saída de água vinha da rede fluvial e não era de tratamento de esgoto. O mesmo foi dito pela Casan, empresa responsável pelo saneamento na Capital. 

Apesar de não ter esgoto, a água que desembocava no mar tinha lixo e exalava um cheiro ruim. Em muitas entradas das duas praias o banhista é recepcionado por redes como aquela. 

Prefeitura questiona IMA

Em nota encaminhada ao Hora de SC na quinta-feira (5), a prefeitura de Florianópolis reconheceu o trabalho do IMA, mas disse que questionou a metodologia usada para aferir a balneabilidade. 

“Há de se avaliar que a Metodologia de análise utilizada poderia sim ser aperfeiçoada. Temos apenas uma coleta por semana nos pontos analisados, o que torna o modelo pouco preciso”, escreveu a prefeitura em nota. 

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O rebateu a prefeitura dizendo que não faz coleta em todos os pontos da praia, pois não é possível. “O IMA não faz coleta em todos os pontos pois não é possível. A metodologia de balneabilidade do IMA acaba de entrar em estudos de reformulação”, disse em nota.

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