O crescimento do mercado náutico revela a necessidade que o Estado tem em desenvolver o turismo nessa área. O Litoral Norte é visto por autoridades no setor como a região mais desenvolvida nesse sentido, com bons exemplos como Itajaí e Porto Belo. Mas também mostra potenciais negligenciados, como é o caso de Itapema.
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Um dos principais problemas do Estado é a falta de infraestrutura. De acordo com o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, não há equipamentos apropriados e marinas para receber os turistas.
– Algumas cidades, como é o caso Itapema, têm possibilidade, mas apresentam poucas marinas e precárias. Não há onde estacionar barcos de turismo _ revela.
A cidade, conforme a prefeitura, tem duas marinas particulares, que não atendem a demanda. Por isso, o município estuda a construção de uma marina no canto Norte da praia. De acordo com o prefeito Rodrigo Bolinha, um estudo de impacto deve ajudar a formular o projeto com a quantidade de vagas necessárias. A estrutura poderia ser construída em parceria com uma empresa, que passaria a ter a concessão das vagas.
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Um projeto semelhante já está sendo colocado em prática em Itajaí, com a Marina do Saco da Fazenda. O local terá mais de 800 vagas para embarcações, sendo 700 secas e 117 molhadas. Assim que as licenças forem concedidas iniciam as obras, que devem durar 18 meses.
Walendowsky afirma que o Estado tem potencial para a atividade por ter um litoral propício, uma bela natureza e ser o segundo maior polo industrial náutico do Brasil, atrás apenas de São Paulo. De acordo com pesquisa feita pelo Sebrae/SC, o Litoral de Santa Catarina tem cerca de 50 estruturas de apoio náutico, entre marinas, garagens, hotéis, empreendimentos imobiliários e marinas de alto padrão, e 20 estaleiros, que produzem principalmente lanchas.
– O maior estaleiro do país está no Estado, no entanto, 80% da produção sai daqui e vai para o Rio de Janeiro e São Paulo – afirma Roberto Tavares de Albuquerque, coordenador do Núcleo da Indústria do Sebrae/SC.
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Segundo estimativa da Associação Náutica Catarinense para o Brasil (Acatmar), só a Grande Florianópolis deixa de receber 2,5 mil embarcações no verão devido à falta de marinas. O presidente da entidade, Mané Ferrari, acredita que hoje a região conte com 20 estruturas, que estão em fase de legalização.
– Estamos traçando várias ações em 12 municípios catarinenses. Acreditamos que um ano depois da construção de novas marinas, a chegada de embarcações aumentará em 50% – comenta.
Cruzeiros movimentam o setor
Dois bons exemplos de turismo náutico são as cidades de Itajaí e Porto Belo, locais que recebem mil embarcações da modalidade por mês. Só em Porto Belo, a estimativa de lucro gerado para o município – entre novembro de 2012 e março de 2013 – com a chegada de 43 navios de cruzeiros, transportando 11.956 passageiros, é de R$ 4,5 milhões.
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Segundo pesquisa da Santur essas pessoas permaneceram na cidade, em média, apenas seis horas, antes de embarcarem novamente e irem embora.
Apesar disso, a burocracia e altos custos de operação têm reduzido a quantidade de navios de cruzeiros operando no país. O Brasil já chegou a ter 22 transatlânticos operando na costa durante o verão e atualmente não passam de 11.
Recentemente, a Ibero Cruzeiros anunciou que o navio Gran Mistral não vai mais operar na América do Sul. Em Santa Catarina, o transatlântico tinha uma escala confirmada na próxima temporada, para São Francisco do Sul, e outras 11 em Itajaí. Com isso, o píer itajaiense perde um terço das chegadas de cruzeiros previstas.
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A embarcação passará a operar exclusivamente na Europa.