O ano de 2011 deve terminar com final feliz para a indústria brasileira do turismo, com perspectiva de alta de cerca de 20% no faturamento das agências e operadoras de viagens.
Continua depois da publicidade
O segmento recebeu um impulso com o surgimento de novos consumidores que chegaram à classe média nos últimos anos e colocaram o turismo no seu orçamento familiar.
Pacotes e produtos especiais foram montados para atender essa nova demanda, que cada vez mais vai exigir do governo e da iniciativa privada a construção de uma infraestrutura suficiente para acolher essa expansão.
É na classe média que está a justificativa da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) para o crescimento de 20% previsto para este ano.
O alto nível de emprego no país significa para o turismo, além de renda disponível, que mais trabalhadores possuem o benefício das férias regulamentadas. E nada combina mais com férias do que viagens.
Continua depois da publicidade
– A classe C está se inserindo no turismo tanto doméstico quanto internacional – afirma o presidente da entidade, Marco Ferraz.
– O turismo está se tornando necessidade na cesta de consumo das famílias – completa.
Em 2010, as associadas da Braztoa transportaram 4,7 milhões de passageiros, com faturamento de R$ 7,5 bilhões. A expectativa é de que 2011 feche com 5,5 milhões de turistas e retorno de R$ 9 bilhões.
Para 2012, a crise econômica internacional deve provocar algum transtorno, mesmo assim, o crescimento deve ficar acima dos 10%, um avanço, segundo Ferraz, “protegido” pela classe média brasileira.
A urgência, afirma o presidente da Braztoa, é por investimentos em infraestrutura, como construção de aeroportos, reforma de estradas e ampliação da rede hoteleira.
Continua depois da publicidade
– A Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 vão ajudar o governo e a iniciativa privada a investir em infraestrutura.
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Antonio Azevedo, conta que para atingir a classe média, as empresas oferecem produtos mais em conta e com prazos mais extensos para o consumidor pagar. E para isso necessitam de crédito.
– A classe média compra com base no valor que vai comprometer a sua renda mensal. Dividido em dez vezes, um pacote de R$ 1.000 fica diluído no orçamento familiar – exemplifica.
– Medidas do governo para expansão do crédito são fundamentais.
O ponto negativo do setor em 2011, na opinião do presidente da Abav, ficou no campo político. Azevedo reclama da gestão de Pedro Novais (PMDB-MA), que começou o governo Dilma Rousseff como ministro do Turismo. Ele diz que o peemedebista não conhecia o setor quando assumiu o cargo em janeiro.
Continua depois da publicidade
– A indústria do turismo não depende só do ministério, mas se não existe medidas governamentais para desenvolver a infraestrutura turística o setor inteiro fica prejudicado – afirma.
Novais deixou o comando da pasta em 14 de setembro após denúncias de uso irregular de recurso público.