Um voo da companhia Air Europa que estava vindo de Madri com destino a Montevidéu, no Uruguai, precisou ser desviado com emergência para Natal, no Rio Grande do Norte, depois de passar por uma turbulência forte que deixou, ao menos, 40 feridos nesta segunda-feira (1º). Alguns passageiros “voaram” para o teto e outro ficou preso no compartimento de bagagens. Pelo menos seis pessoas estão internadas. As informações são do g1.

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Dos seis pacientes que seguem internados, um está no Hospital Walfredo Gurgel, maior hospital público do RN; um está Hospital Rio Grande, e outros quatro estão na UTI do Hospital do Coração.

Especialistas explicam que as pessoas foram arremessadas por causa da queda brusca do avião que desceu cerca de 150 metros. O avião fazia um voo de Madri (Espanha) para Montevidéu (Uruguai) e estava com 325 passageiros quando enfrentou a turbulência. A companhia Air Europa informou em nota que o voo foi desviado para Natal devido “à natureza da turbulência e por razões de segurança”.

O avião desceu entre 100 e 150 metros (entre 300 e 400 pés, como é medido na escala aeronáutica) enquanto voava a uma velocidade de 940 km/h.

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— Não foi muito acentuado, mas foi suficiente para ter ocorrido danos estruturais dentro da aeronave — explica o meteorologista David Mendes, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas e da pós-graduação em Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Ele explicou que quando um avião cai rapidamente durante a turbulência, os passageiros dentro da aeronave experimentam uma sensação de queda livre. Se não estiverem com os cintos de segurança afivelados, a inércia faz com que seus corpos continuem na mesma trajetória original enquanto o avião desce, resultando na sensação de serem arremessados para cima em relação ao assento.

A turbulência, segundo os especialistas, aconteceu em um trecho conhecido como Zona de Convergência Intertropical, que fica no Oceano Atlântico e é conhecido por instabilidades meteorológicas.

“Um caos total”

Os passageiros relataram momentos de pânico e desgaste físico que sofreram durante e após o acidente.

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— Um caos total. No avião e fora. Queremos voltar ao Uruguai. Foram muitas horas, estou muito cansado — disse o comerciante Luciano Campos, que estava no voo, em entrevista à TV Globo.

A estudante Victoria Reolato, também passageira do voo, relatou que com o impacto da queda, machucou o dedo médio da mão esquerda e ficou com alguns hematomas na cabeça.

— Foi como um ‘objeto de ar’ que nos sugou. E o avião caiu de uma vez. Houve muitos feridos. O avião, também por dentro, se ‘quebrou’ muito. Por sorte, não tive nada, porque tinha colocado o cinto, mas quem estava sem cinto voou [dentro do avião]. Foi impressionante — diz a estudante.

Uso de cinto de segurança é imprescindível

Jorge Eduardo Leal Medeiros, piloto, engenheiro aeronáutico e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), explicou que os passageiros que “voaram” dentro do avião possivelmente estavam sem os cintos de segurança.

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O especialista explicou que os aviões possuem uma resistência muito grande para enfrentar as turbulências, mas que é importante que haja uma insistência da tripulação para que os passageiros permaneçam de cinto durante os voos.

— O avião vai para cima e para baixo em uma turbulência (…). Os aviões aguentam uma turbulência muito grande, mas todos precisam estar preparados — completou.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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