O governo tunisiano realizou, neste sábado, uma reunião extraordinária para decidir o que fazer frente a uma agitação social inédita desde a “revolução” de 2011, mas não anunciou qualquer medida imediata de luta contra o desemprego e contra a exclusão social.

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O premiê da Tunísia, Habib Essid, reuniu-se com os titulares da Defesa e do Interior antes de presidir o conselho de ministros.

A Tunísia está “em perigo, apesar das coisas positivas que temos feito, em particular, no que se refere à transição democrática”, afirmou Essid, na entrevista coletiva após a reunião ministerial.

“As soluções existem, mas é preciso ter um pouco de paciência e otimismo”, pediu.

“Não temos uma varinha mágica para dar trabalho a todo o mundo ao mesmo tempo”, completou o premiê, que disse “entender” o movimento.

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Segundo o analista Selim Kharrat, “se o governo tivesse soluções a propor, teria feito isso antes de começar a crise. Não se deve esquecer que sua margem de manobra é muito limitada, em particular no plano orçamentário”.

“Poderia ter tomado medidas pouco custosas contra a corrupção, mas perdeu uma oportunidade de dar um sinal positivo”, avaliou Kharrat.

“Os manifestantes reivindicam trabalho, mas também dirigentes íntegros e a serviço da população”, completou.

Neste sábado, reinava uma calma relativa nas cidades que foram palco, nos últimos dias, de confrontos entre polícia e manifestantes, em meio aos protestos contra a miséria e a exclusão social.

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O desemprego chega a uma média de 15% no país, duplicando entre os profissionais com formação superior. Esses percentuais são mais altos no interior do país.

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