Começou mal o último treino da Seleção Brasileira antes da partida de quarta contra a Venezuela, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. A euforia da torcida paraense, que lotou o Estádio do Mangueirão, deixou como saldo mais de 100 feridos. O caso mais grave seria o de Thiago Correa, oito anos, internado com traumatismo craniano depois de ter sido pisoteado pela multidão.

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Depois do treino e da confusão, circulou a informação de que uma menina de 10 anos teria morrido pisoteada. Mais tarde, outra informação dava conta de que a mesma menina teria sido atropelada na Avenida Augusto Montenegro, próxima ao estádio. O governo do Pará confirmou a morte de uma menina por atropelamento, no entanto, negou que ela tenha qualquer relação ao tumulto ocorrido no Mangueirão.

– O governo do Pará informa que, até a noite desta terça-feira, não há confirmação de nenhuma morte em conseqüência do tumulto ocorrido durante o treino da Seleção Brasileira. Não há registro no Instituto Médico Legal de nenhum corpo de criança morta, seja por atropelamento na área do estádio seja em conseqüência do tumulto ocorrido – diz nota divulgada pela assessoria de imprensa do governo paraense.

Com todos os ingressos para a partida esgotados e cambistas cobrando até R$ 200 por um bilhete, a solução encontrada pela torcida paraense para ver de perto as estrelas da Seleção foi comparecer ao treino, cuja entrada era apenas 1kg de alimento não-perecível. A estimativa da Polícia Militar era de que 25 mil torcedores fossem ao Mangueirão, mas esse número foi alcançado por volta das 14h, três horas antes do início da atividade.

Os portões de acesso ao estádio foram fechados assim que o Mangueirão atingiu a sua capacidade máxima, que é de 45 mil pessoas. Inconformados, os torcedores que haviam ficado de fora forçaram a entrada no Portão 2, provocando tumulto generalizado. Até o Exército foi acionado para ajudar a controlar a situação. De acordo com a PM do Pará, cerca de 60 mil pessoas estavam nas imediações do estádio.

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Mangueirão registrou mais de 60 atendimentos médicos durante a confusão, sendo que quatro pessoas apresentavam ferimentos graves – fraturas nos braços e nas pernas – e foram encaminhas para o Pronto Socorro Municipal. Além de Thiago Correa, que permanece internado na UTI, Maria Paula dos Santos Mourão (17 anos), Tamires Mesquita (15 anos) e Felipe da Silva Souza (18 anos) foram encaminhados para o hospital após o tumulto.