O Figueirense entrou no caminho de Túlio para mudar os seus planos. Para melhor. Aos 33 anos, em 2010, o volante já pensava na aposentadoria quando recebeu o convite para defender o Furacão na campanha da Série B. Insatisfeito no Goiás e bem informado sobre o clube catarinense, não teve dúvidas ao aceitar o convite.

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Túlio se adaptou rapidamente ao Figueirense com a ajuda dos colegas de elenco e do ex-companheiro de time Márcio Goiano, então técnico alvinegro. A sintonia com a nova casa deu tão certo que o volante não pensa em deixar tão cedo o clube e a capital de SC. Nem mesmo quando pendurar as chuteiras.

Diário Catarinense – O que lhe trouxe ao Figueirense?

Túlio – Eu estava para me aposentar, com contrato até o final de 2010 com o Goiás, e a minha pretensão era de jogar mais um ano ali porque ficava perto da minha cidade. Minha esposa é de Goiânia, eu sou de Brasília, achava que ia ser bom encerrar a carreira onde comecei. Mas, infelizmente, o Goiás contratou um técnico que a gente não se bateu, não tinha afinidade nenhuma. Eu, com 33 anos, não suportava algumas coisas que o (Emerson) Leão fazia. Como fui colocado de lado, surgiu um contato de um amigo, o ex-treinador Cuca, que trabalhou no Avaí. Ele contou que tinham ligado pedindo para indicar um jogador com as minhas características e perguntou se toparia. Falei na hora que viria.

DC – O que lhe fez aceitar tão rápido o convite?

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Túlio – Eu conheço várias pessoas que já tinham jogado no Figueirense e todos elogiaram muito, tanto o time quanto a cidade. Rui, Fernandes, André Santos, Chicão. E no meio do futebol, a gente sabe o clube que é um lugar bom para se trabalhar e o que não é, que tem fama ruim. O Figueirense, graças a Deus, tem essa fama boa.

DC – Como você foi recebido?

Túlio – O grupo de jogadores que estava aqui me acolheu e, por coincidência, o (Márcio) Goiano era o treinador. Eu já tinha uma gratidão muito grande por ele. Quando comecei a carreira no Goiás, o Goiano era o capitão. Jogamos juntos numa época que foi importante, era meu primeiro ano como profissional, tinha 17 anos e ele era uma referência. O Goiano era muito profissional, trabalhava muito e também era uma espécie de defensor dos mais jovens. Sempre tinha uns jogadores mais experientes que gostavam de maltratar os mais jovens, e ele não. Tratava todo mundo igual, independente da idade que tinham.

DC – A família se adaptou a Florianópolis?

Túlio – Muito. Acho que Florianópolis é uma cidade muito fácil de se adaptar por tudo. Tem as facilidades de uma cidade grande e até mais, porque não são todas que têm essas praias bonitas, e ainda com o ar interiorano. O povo te respeita muito. Vejo isso no condomínio onde moro, no prédio onde morava antes. O povo se fala, os vizinhos se falam, o que é difícil numa cidade grande. Morei no RJ, em SP e em Porto Alegre e as amizades que fiz nessas cidades são pouquíssimas comparando com as que fiz aqui.

DC – Quais são as suas aspirações no Figueirense?

Túlio – No futebol tudo é conjunto. Não adianta eu determinar um objetivo pessoal para mim porque no futebol não é assim que funciona. Quero conseguir uma coisa inédita com o Figueirense. Ano passado já conseguimos a melhor posição no Brasileiro, mas quero mais. O título estadual é importante, mas o nacional é mais. Conseguir uma vaga na Libertadores vai ser um feito inédito. Vai ser o segundo time de SC depois do Criciúma a participar da competição. E tem a Copa Sul-Americana, que aí o meu olho chega a brilhar quando falo. Temos um mando de campo muito forte e temos que aproveitar isso e fazer dessa competição a ideal para a gente sair com título neste ano.

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DC – E hoje, você encerraria a sua carreira no Figueirense?

Túlio – Parar no Figueirense é a minha meta. Primeiro, porque não estou disposto a readaptar os meus filhos para outra cidade, para outro colégio. Cheguei a uma cidade que gosto muito e posso viver para o resto da vida tranquilamente, minha família também tem a mesma opinião. Se for para continuar no futebol, o único caminho é na gestão. Tomara que seja aqui.