O acidente aéreo da Chapecoense, na Colômbia, completa três anos nesta sexta-feira. Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação da Chape, convidados e jornalistas para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, caiu nas proximidades de Medelin. Foram 71 mortos e apenas seis sobreviventes. Até hoje as famílias das vítimas cobram pelos seguros da companhia áerea LaMia, da Bolívia, contratada pelo Verdão do Oeste para o transporte para a partida que não aconteceu.
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Acidente
O avião da LaMia deixou Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com destino a Colômbia. Às 2h58min (de Brasília) do dia 29 de novembro a aeronave perdeu altitude, caiu e bateu no Cerro El Gordo (depois rebatizado de Cerro Chapecoense) quando se aproximava do aeroporto José Maria Córdova.
Sobreviventes
Entre os seis que sobreviveram ao acidente da Chapecoense, três faziam parte do elenco do time, um era jornalista e dois eram da tripulação do voo LMI2933 da LaMia
Alan Ruschel – Voltou a jogar em agosto do ano seguinte. No segundo semestre deste ano defendeu o Goiás na Série A do Brasileirão por empréstimo.
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Jakson Follman – O goleiro teve a perna direita amputada. Virou embaixador da Chapecoense e exemplo de superação, pela forma que lida com o ocorrido na Colômbia. Nos últimos tempos ele tem feito sucesso na participação no programa PopStar, da Rede Globo
Neto – O zagueiro passou por cirurgias e tenta voltar a jogar futebol em alto nível desde o acidente.
Rafael Henzel – Único sobrevivente entre os 20 profissionais de imprensa que sobreviveram, ele retornou ao trabalho meses depois, no começo do ano seguinte. No entanto, em março deste ano, morreu ao sofrer um infarto fulminante enquanto jogava futebol com amigos, em Chapecó.
Erwin Tumiri – técnico da aeronave, o boliviano se afastou dos holofotes. Busca ser piloto comercial de aviões.
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Xemena Suarez – auxiliar de voo, também boliviana, tenta retomar a vida de antes do acidente. Ela é agente de tráfego aéreo no país natal e espera voltar a voar como tripulação.
Investigação
Quase cinco meses depois do acidente da Chapecoense, a Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou o relatório final sobre a tragédia. A queda do avião ocorreu por falta de combustível. Cerca de 40 minutos antes da queda, a situação já era de emergência. A quantidade de combustível era inferior ao necessário para o trajeto. O controle de tráfego aéreo desconhecia a situação do voo. Funcionários da LaMia foram apontados como culpados pelas graves falhas técnicas. A Associação Chapecoense de Futebol não foi responsabilizada pelo acidente, uma vez que atuou apenas contratante da empresa de transporte aéreo.

Indenização
Passados três anos do acidente da Chapecoense, a grande luta de familiares das vítimas é para receber a indenização do seguro da viagem. As seguradoras alega que a empresa LaMia teve ações que estavam previstas em fatores excludentes da apólice, como viagem para território colombiano, não haver pausa para abastecimento no plano de voo e pane seca – principal causa da tragédia.
Em setembro, familiares das vítimas do acidente advogados e o zagueiro Neto, um dos sobreviventes, protestaram em Londres, na frente das sedes de seguradoras, por causa da demora e do tratamento da questão. Por ter sido contratante da empresa LaMia, a Chapecoense foi alvo de ações de ex-jogadores, funcionários e de vítimas que não possuíam contrato de trabalho com o clube, como diretores, jornalistas e convidados. O departamento jurídico da Chape fez acordos e busca resolver desta forma todas as ações.
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O Ministério Público Federal (MPF) em Chapecó ingressou com ação civil pública em que pede a condenação dos responsáveis e reparação dos danos materiais e morais sofridos pelas vítimas e familiares brasileiros do acidente. A ação visa garantir o direito das 68 vítimas brasileiras (quatro sobreviventes e 64 falecidas) que estavam no voo 2933 da empresa Lamia e que até agora não obtiveram as indenizações devidas.