A tuberculose é uma doença que ataca o sistema respiratório. Ela é causada por uma bactéria chamada bacilo de Kosh, pode se manifestar de forma silenciosa e evoluir para casos graves. Estima-se que 30% da população esteja infectada com a doença.
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No entanto, o desenvolvimento da tuberculose depende do sistema imunológico do indivíduo. Enquanto em alguns a doença não chega a se manifestar, em outros, ela aparece assim que a imunidade baixa.
Ainda que o principal órgão acometido na doença seja o pulmão, a tuberculose também pode afetar ossos, rins e meninges, membranas que protegem o cérebro. Leia mais sobre a doença abaixo.
Quais são os tipos de tuberculose?
A doença é dividida em diferentes tipos: tuberculose pulmonar e extrapulmonar. Na extrapulmonar, temos os subtipos miliar e ganglionar.
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Tuberculose Pulmonar
A tuberculose pulmonar é aquela que se instala nos pulmões. Ainda que possa ocorrer em todas as idades, é mais frequente em adolescentes e jovens adultos. Seus principais sintomas são a tosse persistente (por três ou mais semanas) com muco ou sangue, suores noturnos, febre vespertina e emagrecimento.
Tuberculose Extrapulmonar
A tuberculose extrapulmonar é aquela que ocorre fora dos pulmões. Esse tipo da doença não apresenta sintomas claros. Por afetar outros órgãos além do pulmão, os sintomas não são tão precisos. Esse tipo de tuberculose ocorre mais em pessoas imunodeprimidas.
Tuberculose Miliar
A tuberculose miliar apresenta alto risco à vida do indivíduo. Ela ocorre quando uma grande quantidade de bactérias se desloca para o sangue, disseminando a doença por todo o corpo.
A tuberculose miliar recebe esse nome devido às incontáveis lesões minúsculas que são formadas nos pulmões. O tamanho das lesões é comparado ao milho-painço, um cereal pequeno e arredondado.
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Esse tipo de tuberculose afeta frequentemente os pulmões, fígado e medula óssea. Contudo, também pode atingir outros órgãos, assim como tecidos que envolvem o cérebro, as meninges e membrana de das camadas ao redor do coração, conhecida como pericárdio.
Tuberculose Ganglionar
A tuberculose ganglionar é o tipo de lesão caracterizada quando a bactéria causadora da doença afeta o sistema linfático, atingindo os gânglios que estão localizados em lugares como pescoço, nuca, axilas, virilha e abdômen. Por esse motivo, a tuberculose ganglionar tem como sintomas, além da anemia, e cansaço extremo, o aumento de gânglios.
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Quais os sintomas da tuberculose?

Em alguns indivíduos, os sintomas da tuberculose não estão presentes. Já em outros, quando presentes, os sintomas podem ser ignorados por muito tempo. No entanto, na maioria das pessoas infectadas, os sintomas mais frequentes são a tosse seca contínua, que evolui para secreção e, ao longo de mais de quatro semanas, pode apresentar sangue. Além disso, os sintomas incluem:
- Cansaço excessivo
- Febre baixa, geralmente, à tarde
- Suor noturno
- Falta de apetite
- Palidez
- Emagrecimento acentuado
- Rouquidão
- Fraqueza
- Prostração
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Em casos mais graves, a pessoa pode apresentar dificuldades na respiração, eliminando grande quantidade de sangue. Além disso, pode ocorrer acúmulo de secreção na membrana que reveste o pulmão, causando comprometimento do órgão e dor torácica. Para evitar complicações da doença, é fundamental buscar atendimento médico ainda no início dos sintomas.
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Como é a transmissão da tuberculose?
A tuberculose é uma doença contagiosa. A transmissão ocorre de forma direta, de pessoa para pessoa, principalmente em aglomerações. Ao falar, espirrar ou tossir, o indivíduo infectado expele pequenas gotas de saliva contendo o agente infeccioso causador da tuberculose, que pode ser aspirado por outras pessoas.
Alguns fatores que favorecem a baixa imunidade do organismo, favorecendo o estabelecimento da doença são a má alimentação, falta de higiene, uso de drogas ilícitas e o alcoolismo.
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Como é o diagnóstico da tuberculose?

O diagnóstico clínico da tuberculose pode ser usado quando não é possível comprovar a suspeita por meio de exames laboratoriais. Em casos como esse, o médico associa os resultados de outros exames complementares de imagem e histológicos. Para confirmar a tuberculose ativa, são usados três métodos:
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- Baciloscopia direta: são colhidas duas amostras, uma no momento da consulta a outra na manhã seguinte, para a contagem dos Bacilos Álcool Ácido Resistentes (BAAR);
- Teste rápido molecular: detecta o DNA do agente causador da tuberculose e faz triagem das cepas resistentes a rifampicina (antibiótico bactericida);
- Cultura para micobactéria com identificação de espécie.
Além disso, alguns métodos auxiliares podem ser utilizados pelo médico, como:
- Histopatológico: método usado na suspeita de tuberculose ativa em formas extrapulmonares, ou nas formas pulmonares que são vistas em exames de imagem como doença difusa, ou em indivíduos imunossuprimidos;
- Adenosina deaminase: seus níveis aparecem elevados na tuberculose);
- Radiografia de tórax: esse exame é muito importante na investigação da tuberculose. As lesões sugestivas em raio-x localizam-se, de forma geral, em partes altas e no dorso do pulmão, particularmente no pulmão direito. Além disso, pode apresentar características específicas da doença.
Os exames de broncoscopia, ultrassom, ressonância magnética e tomografia só serão solicitados pelo médico quando houver necessidade de algum auxílio para o diagnóstico e exclusão de outras doenças.
A prova tuberculínica (PPD), é um importante exame para avaliar os contatos assintomáticos de pessoas com tuberculose. Ela é utilizada em adultos e crianças no diagnóstico da infecção latente de tuberculose.
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Ou seja, acontece quando o indivíduo apresenta o bacilo no organismo, contudo, não desenvolve a doença. Em crianças, a prova tuberculínica também é um importante coadjuvante no diagnóstico da tuberculose ativa.
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A tuberculose tem cura?
É importante entender que, apesar de grave, a tuberculose é uma doença que tem cura. No entanto, para que seja alcançada, é necessário seguir os critérios de tratamento, que costumam durar, pelo menos, 6 meses.
Quando diagnosticada, a tuberculose deve ser tratada o quanto antes. Esse tratamento consiste na combinação dos medicamentos antibióticos, sempre ingeridos de acordo com a prescrição médica.
Os medicamentos usados no tratamento são gratuitos. Por isso, todo o processo de recuperação pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS), com exceção de casos graves em que é necessária internação hospitalar.
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Como é o tratamento da tuberculose?
O esquema de tratamento recomendado consiste no uso de quatro antibióticos nos primeiros dois meses, seguido pelo uso de apenas dois antibióticos por mais quatro meses.
Nas primeiras semanas após o diagnóstico da tuberculose, é comum que os sintomas melhorem, ou mesmo desapareçam. Isso causa uma melhora significativa no quadro clínico do paciente.
Essa situação acaba levando muitas pessoas a abandonar o tratamento, visto que estão se sentindo melhor. Essa interrupção da terapia medicamentosa pode levar a graves consequências.
Ao abandonar os antibióticos, o indivíduo contribui para o fortalecimento da bactéria, provocando o aumento da resistência aos remédios. Desse modo, a tuberculose volta de uma forma ainda mais grave, dificultando o tratamento que, inicialmente, era simples.
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Por esse motivo, é fundamental que a pessoa, quando diagnosticada com tuberculose, realize o tratamento até o final, usando o período correto dos medicamentos prescritos pelo médico. Por ter um diagnóstico rápido, seguido de um tratamento planejado adequadamente, a tuberculose tem cura.
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Como é feita a prevenção?

No Brasil, a tuberculose pode ser prevenida de forma gratuita, ainda no início da vida. Por meio da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível gratuitamente no SUS, é possível evitar a contaminação.
A BCG faz parte do calendário vacinal, e é realizada em crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias de idade. Essa imunização é capaz de proteger o organismo contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar.
Além da vacinação, uma medida de proteção para evitar a tuberculose é avaliar familiares e outros contatos do indivíduo infectado, evitando que estes também desenvolvam a forma ativa da tuberculose.
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Além de receber a vacina BCG, também é importante adotar hábitos alimentares saudáveis, realizando uma alimentação adequada, praticando exercícios físicos e evitando o sedentarismo.
Manter a casa arejada e limpa também deve ser um hábito, assim como evitar locais em que há suspeita de pessoas infectadas. Deve-se lembrar que, assim que tiver contato com uma pessoa que foi diagnosticada com a tuberculose, é importante buscar imediatamente ajuda médica para realizar os procedimentos adequados, evitando a disseminação da bactéria.
Grupos de risco
Entre os agravos da doença, estão alguns determinantes sociais, visto que a tuberculose pode estar diretamente ligada à pobreza e a exclusão social. O adoecimento está ligado não só à exposição do indivíduo ao bacilo, mas também às condições precárias de vida, como a falta de condições para uma alimentação adequada, moradia digna, precariedade no atendimento à saúde, e muitos outros.
Esses determinantes são responsáveis por afetar a saúde de grupos populacionais que se encontram em situações de maior vulnerabilidade, entre eles, indígenas, pessoas em situação de rua, pessoas imunodeprimidas, como as que vivem com HIV, e privados de liberdade.
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