Algumas espécies de tubarões podem ser vistas com frequência em Santa Catarina, principalmente no verão, quando os animais chegam mais perto da costa. Isso aumenta as chances de a população presenciar tubarões nadando no litoral catarinense.
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Veja algumas das espécies que mais aparecem no litoral de Santa Catarina e conheça suas características.
> Por que o alargamento da praia em Balneário Camboriú atraiu tubarões
Espécies de tubarões que já apareceram em Santa Catarina
Tubarão-martelo

No dia 16 de setembro, um tubarão-martelo, com cerca de 2 metros de comprimento, foi visto em Balneário Camboriú, nadando onde acontecem as obras para alargar a faixa de areia.
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Jules Soto, curador do museu oceanográfico da Univali, analisou as imagens e afirmou que, na verdade, era um grupo de três tubarões-martelo.
Segundo ele, essa espécie de tubarão não representa riscos para os banhistas, porque costuma aparecer quando está fazendo a digestão, após se alimentar de pequenos animais.
Ele explicou que é provável que os tubarões tenham se aproximado da praia à procura de alimentos, no entanto parece ser um acontecimento excepcional.
O biólogo André Neto explicou que algo atraiu a curiosidade dos tubarões.
Tubarões desse porte não costumam aparecer em águas rasas. Por isso, foi levantada a hipótese de que as obras de alargamento atraíram os animais.
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A secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, falou que “é comum a ocorrência dessas espécies na costa catarinense” e que as equipes de oceanógrafos e biólogos que estão trabalhando na obra monitoram a enseada.
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Tubarão-baleia

No dia 9 de março, um tubarão-baleia foi visto próximo à Praia do Campeche, em Florianópolis. No vídeo, o animal aparece próximo à superfície da água e, segundo o autor do mesmo, tinha cerca de 10 metros de comprimento.
O tubarão-baleia pode chegar a 12 metros de comprimento, segundo o professor de ecologia e zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Renato Hajenius Aché de Freitas.
Apesar de outros tubarões dessa espécie já terem aparecido na costa catarinense, ele também afirmou que é incomum a aparição da espécie na região.
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O tubarão-baleia se alimenta de plânctons com frequência. A produtividade desse conjunto de organismos é maior na época do inverno, por causa da água gelada. É possível que, devido às corrente de águas mais frias, o tubarão tenha acompanhado a presença desses plânctons próximo à Ilha de Santa Catarina.
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Tubarão-mangona
No dia 24 de janeiro, o Corpo de Bombeiros Militar de Navegantes foi acionado para socorrer um surfista que havia sido mordido por um “animal marinho”.
O surfista e os bombeiros não viram o animal que teria provocado o ferimento.
O homem de 43 anos explicou ao site NSC que não se tratou de um ataque e sim de um acidente. Ele estava sentado na prancha de surfe, com os pés na água, quando algo esbarrou no pé dele. Logo em seguida, ele foi para a areia, onde recebeu atendimento de amigos e socorristas.
Segundo a assessoria do Corpo de Bombeiros, há algumas espécies comuns no litoral de Santa Catarina, como tubarão-mangona, cação e tubarão-anjo, porém, neste atendimento, não foi possível afirmar qual animal marinho feriu o surfista.
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Jules Soto analisou a foto do ferimento do surfista e afirmou que possui características de uma “mordidela de um tubarão-mangona”. Essa espécie costuma se alimentar de peixes pequenos e médios.
De acordo com o especialista em tubarão e professor da Universidade Estadual Paulista, Otto Gadig, os banhistas não precisam se preocupar porque algumas espécies de tubarões são comuns no estado. Além disso, no verão, algumas chegam mais perto da costa – o que aumentam as chances de se encontrarem com humanos -, mas os ataques são muito raros.
Como o tubarão-mangona tem dentes virados para dento, ele tem muita sensibilidade. Por isso, ele é muito cuidadoso em relação ao que ele vai morder.
O especialista da Univali afirmou que é possível que o tubarão estivesse em busca de alimento. Por isso, ele fez algo típico da espécie: mordeu de leve o pé do surfista para ‘investigar’ que tipo de alimento se tratava.
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Segundo o curador do Museu Oceanográfico, o tubarão-mangona era facilmente encontrado na costa de SC até se tornar uma espécie ameaçada de extinção pela pesca predatória.
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Tubarão anequim

Um tubarão fêmea da espécie anequim, de 86 centímetros de comprimento, foi encontrado morto na faixa de areia da Barra de Ibiraquera, em Imbituba, no dia 22 de janeiro.
A espécie é um dos predadores mais rápidos dos mares e se alimenta de peixes ósseos e de outros tubarões menores.
Segundo o pesquisador César Santificetur, ictiólogo e assistente técnico do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos, é comum que essa espécie apareça mais nas costas litorâneas no verão, principalmente do tamanho do animal encontrado morto.
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O tubarão anequim e o tubarão-azul são muito capturados por pesca de espinhel de superfície que consiste em um aparelho de pesca que usa iscas para atrair os peixes.
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Tubarão anequim

Na manhã do dia 18 de março, foi encontrado um tubarão encalhado da espécie anequim nas águas da zona sul do Balneário Rincão.
Segundo o pescador Hiuri Machado Mazon, do grupo da pescaria Rincão, essa não foi a primeira vez que um animal dessa espécie aparece na região.
Espécies de tubarão mais encontradas em SC
Tubarão-baleia
O tubarão-baleia é o maior peixe vivo do mundo, podendo chegar até 12,65 metros de comprimento e pesar cerca de 21,5 toneladas. Com 1,5 metro de largura, sua boca contém entre 300 e 350 fileiras de dentes minúsculos que só possibilitam que eles possam comer pequenos peixes, camarões e plânctons usando seus rastros branquiais como filtros de sucção.
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Os tubarões dessa espécie são filtradores e não podem morder nem mastigar. Suas guelras podem processar mais de 6.000 litros de água por hora através de suas guelras.
Mark Meekan, biólogo marinho do Instituto Australiano de Ciências Marinhas, publicou um estudo na revista Frontiers in Marine Science, no dia 6 de abril, que é crucial para a conservação do tubarão-baleia, que está em perigo de extinção.
Segundo ele, é possível que esses tubarões gigantescos consigam viver até aos 100 anos de idade.
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Tubarão anequim
Adultos, os anequins tem entre 2,5 e 4 metros de comprimento e pesa, pelo menos, 545 kg. Ele é um tubarão grande e predador que vive no oceano aberto e é o tubarão mais rápidos do mundo, chegando a atingir a velocidade de 74 quilômetros por hora.
Além de ser muito veloz, o anequim é conhecido por sua capacidade de dar grandes saltos. Durante a caça, ele salta grandes alturas fora da água.
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Em todos os lugares em que vivem, essa espécie é alvo comercial ou capturada acidentalmente em pescarias. Por isso, o tubarão anequim está listado na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.
Tubarão-martelo
O tubarão-martelo recebeu esse nome devido ao formato incomum de sua cabeça, achatada e em formato de martelo.
Os tubarões-martelo são predadores ferozes que vivem em águas tropicais quentes e se alimentam de várias criaturas marinhas. Depois que os filhotes dessa espécie chegam à idade adulta, eles assumem seu lugar no topo da cadeia alimentar e praticamente não têm predadores.
Esses tubarões não são agressivos com os humanos, entretanto eles devem ser evitados porque são perigosos.
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A forma incomum da cabeça desse animal, semelhante a um martelo, faz com que seus olhos estejam localizados em cada lado da cabeça. Essa peculiaridade possibilita que ele tenha melhor visibilidade do que a maioria dos outros tubarões.
O tubarão-martelo também está ameaçado de extinção.
Tubarão-mangona
O tubarão-mangona, cação-mangona ou tubarão-touro, é um tubarão costeiro grande de focinho cônico e achatado. Ele se movimenta lentamente, têm nadadeiras triangulares largas e uma nadadeira caudal de forma assimétrica, com um lobo superior alargado.
Essa espécie gosta de caçar peixes e invertebrados na costa, perto de recifes, ondas e baías rasas, e migram conforme as mudanças sazonais de temperatura.
O mangona está ameaçado de extinção por causa da poluição dos oceanos e a pesca predatória.
O que fazer ao encontrar animais marinhos vivos ou mortos em SC
A equipe do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos orienta que, nesses casos, a população deve entrar em contato pelo telefone 0800 642 3341, para que as devidas providências sejam tomadas.
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