Tubarão teve uma madrugada de alerta nesta quinta-feira (5) com a enchente do rio que leva o nome do município e corre pela região. A água tomou ruas mesmo na parte central, onde a calha do Rio Tubarão é mais alta e até então não havia sido registrado transbordamento nos últimos dias de chuvas intensas e volumosas.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias do DC via Telegram

O rio estava em 7 metros na altura do batalhão do Exército local em medição por volta das 5h. Desde às 7h, o nível descia cerca de 5 cm a cada hora, segundo a prefeitura. O volume de chuva na bacia que compõe o Rio Tubarão já é menor nesta quinta, mas, ainda assim, os transtornos se mantêm.

Na região central, a medição da Plantar Agronomia estava em 5,54 metros em relação ao nível do mar às 9h — ela teve uma desafasagem na marcação do horário ao longo da madrugada por conta da queda de energia.

Continua depois da publicidade

São cerca de 17 mil unidades consumidoras na cidade sem o serviço de energia, segundo a administração municipal. Tubarão também já chegou a registrar problemas no abastecimento de água, ao menos no bairro Bom Pastor.

Cerca de 700 moradores do município precisaram ser acolhidos em abrigos organizados ou mesmo apoiados pela Defesa Civil local por conta dos estragos do ciclone extratropical que atinge o Estado. 

A Catedral Diocesana recebeu 380 deles. Já na madrugada, a prefeitura local pedia que pessoas atingidas procurassem abrigo em uma arena multiuso preparada para receber 300 ocupantes.

Segundo a Defesa Civil, não houve vítimas fatais das ocorrências associadas às fortes chuvas até a manhã desta quinta.

Continua depois da publicidade

O governador Carlos Moisés (Republicanos) vai visitar locais atingidos pela cheia do Rio Tubarão na tarde desta quinta. Por volta das 15h15min, ele iniciará um sobrevoo na região, que já tinha diversas partes tomadas de água por alagamentos mesmo antes do rio transbordar.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar na cidade vêm recebendo reforços de diversas partes do Estado para atender as ocorrências. No primeiro caso, forças-tarefas de Balneário Camboriú, Blumenau e Chapecó já integravam os trabalhos na quarta.

No começo da manhã, a ponte do Morrotes, que atravessa o Rio Tubarão, precisou ser interditada após ter sido danificada pela colisão de uma balsa de uma empresa extratora de areia que foi carregada pela força das águas. No dia anterior, a passarela Ângelo Antônio Zaboti havia sido fechada por risco de choque elétrico — um cachorro chegou a sofrer uma descarga do tipo.

Desde o dia anterior, o Tubarão está em situação de emergência reconhecida por decreto. O documento permite deslocar funcionários e fazer compras com dispensa de licitação para minimizar os estragos.

Continua depois da publicidade

O comércio e as atividades não essenciais seguem suspensos no município ao menos até o meio-dia desta quinta. As aulas na rede municipal de ensino também continuam suspensas. A coleta de lixo foi totalmente paralisada por conta dos alagamentos.

Os serviços de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) também já haviam sido atingidos e o Terminal Rodoviário de Tubarão vetou partidas e chegadas dentro do perímetro urbano. No dia anterior, os ônibus até circulavam, mas a partir de um posto de gasolina a duas quadras dali, já que a rua da rodoviária, a Padre Geraldo Spettmann, estava interditada — um morador foi visto de caiaque na manhã de quarta.

A cidade também enfrenta deslizamentos e quedas de árvores em diversos pontos. Além disso, precisou mobilizar um canil provisório para acolher os animais das pessoas desalojadas.

Leia mais

Enchente em Rio do Sul deixa 7 mil desalojados e cidade tem sete abrigos abertos

Continua depois da publicidade

Ciclone afeta uma a cada três cidades de SC, fecha portos e causa enchentes

Ciclone avança para o mar e chuva deve diminuir em SC