Tubarão raro ataca banhista em Balneário Camboriú

Qual é a sorte de uma pessoa que é atacada por um tubarão, numa área que geralmente não acontece isso e, ainda, o animal está em risco de extinção? Isto aconteceu com o funcionário público Rafael Hermes Thomas, de 41 anos, em Balneário Camboriú. Ele estava na Praia do Estaleiro com amigos e resolveu entrar no mar. Durante o mergulho, sentiu uma mordida. Nem imaginava que se tratava de um tubarão, na hora.

Sangrando muito, o homem saiu correndo da água para pedir ajuda. Guarda-vidas de um posto próximo o ajudaram. Rafael chegou a desmaiar. Foi levado para o Hospital Ruth Cardoso e precisou levar vários pontos na cabeça. Apesar do susto, ele passa bem. Afinal de contas, pode-se dizer que ele teve sorte, sim.

O caso aconteceu na terça-feira (01). Nesta quarta, Rafael, que mora em Balneário Camboriú, voltou ao hospital para renovar o curativo e pediu para que fossem tiradas fotos dos ferimentos. Elas foram encaminhadas para o Museu Oceanográfico da Univale, que fica em Balneário Piçarras. O curador do museu, Jules Souto, conversou com a vítima por telefone e analisou as imagens. O pesquisador confirmou, através do número de marcas deixadas pelos dentes e o espaçamento entre elas, que trata-se de um cação-mangona – também conhecido como tubarão-touro.

No caso ocorrido na Praia do Estaleiro, Souto acredita que um filhote foi quem atacou Rafael. Os adultos desta espécie podem chegar a três metros de comprimento. Segundo o especialista, tubarões são comuns na região, mas os ataques destes animais são bastante raros. O último caso que se tem registro, com características semelhantes ao que aconteceu esta semana, é do final dos anos 80, no Rio Grande do Sul.

Aqui no Brasil, o litoral do Recife é o ponto que mais sofre ataques de tubarão em toda a América do Sul. Na praia de Boa Viagem, uma das mais conhecidas da capital de Pernambuco, há vários cartazes espalhados ao longo da orla alertando sobre a presença destes animais na água. Mais de 60 ataques de tubarão já foram registrados no litoral pernambucano desde 1992, contablizando 24 mortes neste período.