Um tsunami meteorológico foi registrado na praia do Cassino, Litoral Sul do Rio Grande do Sul, na tarde deste sábado (14). Duas grandes ondas arrastaram carros que estavam na faixa de areia e deixaram os banhistas que frequentavam a praia assustados.
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De acordo com a MetSul Meteorologia, diferente do tsunami mais conhecido, que se origina por um terremoto no leito do oceano, o fenômeno presenciado no sábado (15), também chamado de meteotsunami, ocorre por tempestade ou frente fria que gera vento forte e variação de pressão atmosférica em mar aberto.
— Era o caso desta tarde com fortes áreas de instabilidade se aproximando pelo Sul em um dia de calor excepcional em que a temperatura no Rio Grande do Sul ficou perto de 41°C, informou a nota da MetSul.
De acordo com o meteorologista da NSC, Leandro Puchalski, nesse caso a frente fria sobre o mar causou uma grande variação de pressão na atmosfera dando início a onda do tsunami.
— O fenômeno não é frequente, mas acontece. Ele é de muito menos proporção que o causado por maremoto ou terremoto.
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:: Entenda o que causou o tsunami meteorológico no litoral do Rio Grande do Sul
Assista o vídeo do momento em que as ondas atingem a praia:
O fenômeno, apesar de não ser tão comum, já ocorreu algumas vezes em Santa Catarina. Em 2016, uma onda gigante atingiu a praia de Balneário Rincão e o Morro dos Conventos, em Araranguá, no Sul do Estado. Nesse caso, um sistema de baixa pressão atmosférica localizada se deslocou no mesmo sentido, direção e velocidade que o trem de ondas do mar. Por conta desses fatores, essa onda gravitacional conseguiu se acoplar às ondas, que já estavam sobre a plataforma continental, descarregando mais energia no oceano e, consequentemente, impulsionando o trem de ondas com mais força. Esse acoplamento, conforme analisou o oceanógrafo da Epagri/ Ciram, Carlos Salles, é chamado de ressonância.
— Essas ondas de baixa pressão atmosférica empinam ainda mais as ondas do mar. Esse é o termo técnico, empinamento, que é quando a onda cresce para quebrar. Nesse caso ela chegou na costa e daí sim quebrou, mas foi uma altura normal. Normalmente o fenômeno atinge um trem de ondas só — complementou, à época, o especialista.
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