O candidato que lidera as preferências dos republicanos para as eleições presidenciais de 2016, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira, em um comício na Carolina do Sul, a proibição da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
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– Tenho amigos muçulmanos, são gente muito boa, mas sabem que há um problema, e isso não podemos tolerar mais – afirmou Trump, após o anúncio de sua polêmica proposta.
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O FBI, que investiga o ataque de um casal de muçulmanos que matou 14 pessoas na Califórnia há cinco dias, confirmou que os dois se radicalizaram há algum tempo.
“Donald Trump pede a suspensão total e completa da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que os legisladores do nosso país compreendam o que está ocorrendo”, escreveu a equipe de campanha do candidato em um uma mensagem intitulada “Comunicado de Donald Trump para impedir a imigração muçulmana”.
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A proposta não detalha se estão incluídos os muçulmanos americanos, imigrantes e turistas. Além disso, não aponta a base jurídica para implementar a medida.
Ao citar uma pesquisa realizada entre muçulmanos que vivem neste país, Trump afirmou que muitos deles sentem “ódio” por todos os americanos.
“De onde vem esse ódio e por que devemos determiná-lo. Até que sejamos capazes de estabelecê-lo e de compreender o problema e a ameaça que representa, nosso país não pode ser vítima de ataques hostis por parte de pessoas que só acreditam na jihad e não têm respeito algum pela vida humana”, declarou o candidato no comunicado.
O magnata, favorito de aproximadamente um a cada três republicanos para as primárias que começarão em fevereiro, tem empreendido cada vez mais contra os muçulmanos desde os atentados de Paris. Seu anúncio motivou uma onda de reações adversas no Twitter.
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A Casa Branca rejeitou imediatamente a proposta de Trump, alegando que vetar a entrada dos muçulmanos é “totalmente contrário aos valores” americanos.
– Temos, em nossa lei de Direitos, respeito pela liberdade religiosa – explicou Ben Rhodes, um dos principais assessores do presidente Barack Obama em matéria de política exterior, à rede CNN.
O porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, por sua vez, disse à rede de televisão MSNBC que, ao invés de condenar os muçulmanos, os políticos do país devem trabalhar com os líderes religiosos para “isolar as pessoas mais vulneráveis da radicalização”.
“Donald Trump acaba com todas as dúvidas: faz campanha para a presidência enquanto demagogo fascista”, escreveu Marton O’Malley, um candidato democrata.
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“Donald Trump está desequilibrado”, avaliou o ex-governador da Flórida e também pré-candidato republicano Jeb Bush.
“Todo candidato à presidência deve fazer o certo e condenar o comunicado de DonaldTrump”, comentou o senador Lindsey Graham no Twitter.
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O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, sigla em inglês), a maior organização civil muçulmana do país, condenou a posição de Trump.
– A histeria antimuçulmana se tornou uma das principais características de sua campanha – criticou um dos especialistas da organização, Robert McCaw.
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