O presidente americano, Barack Obama, admitiu nesta segunda-feira (14) ainda ter preocupações sobre seu sucessor, Donald Trump, mas disse se sentir reconfortado com o fato de o republicano parecer mais pragmático do que ideológico.

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“Eu não acho que ele seja ideológico. Acho que ele é pragmático”, disse Obama a jornalistas em sua primeira coletiva desde a eleição do republicano para lhe suceder na Casa Branca.

“E isto pode lhe servir bem, uma vez que ele tenha boas pessoas à sua volta e um senso claro de direção”, prosseguiu.

“Se eu tenho preocupações? É claro que tenho. Ele e eu divergimos em muitos assuntos. Mas o governo federal e nossa democracia não são como uma lancha de velocidade, são como um navio de cruzeiro”, reconheceu.

Obama pedirá ao republicano que não ponha em risco o status migratório dos estrangeiros que foram levados ilegalmente para os Estados Unidos quando ainda eram crianças.

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Nesse sentido, “urgirá” Trump a “pensar longa e seriamente antes de pôr em perigo o status” desses imigrantes, os quais considera como sendo americanos – “para todos os efeitos práticos” – e que estão protegidos da deportação por seu programa DACA (“Ação Diferida para a Chegada de Jovens Imigrantes”, em português).

O presidente democrata também acredita que será difícil para Trump conseguir desmantelar o acordo nuclear com o Irã, ou os tratados para combater a mudança climática.

“Fica mais difícil desfazer algo que está funcionando”, alegou Obama na coletiva, explicando que, como presidente, “você é responsável pelo acordo e por evitar que o Irã adquira armas nucleares”.

Antecipando um balanço de seu governo, Barack Obama lamentou não ter conseguido fechar a “maldita” prisão instalada na base naval de Guantánamo, em Cuba, mas destacou que reduziu drasticamente o número de detentos.

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“É verdade que não consegui fechar essa maldita coisa por causa das restrições. Mas também é verdade que reduzimos enormemente sua população e, agora, temos menos de 100 pessoas lá”, lembrou.

arb-dc/sst