Após ignorar as denúncias de execuções extrajudiciais contra o presidente Rodrigo Duterte, Donald Trump defendeu, nesta terça-feira (14), que ter laços fortes com as Filipinas é vital por questões militares.

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Trump disse ter “corrigido” as relações com as Filipinas, as quais naufragaram no último ano, depois das críticas do então presidente, o democrata Barack Obama, à guerra de Duterte contra as drogas.

“A relação (das Filipinas) com o governo passado era horrível, pra usar uma palavra legal. Eu diria que ‘horrível’ é colocar isso de forma suave”, afirmou Trump, com conversa com a imprensa.

“E agora temos uma relação muito, muito forte com as Filipinas, que são realmente importantes: menos pelo comércio, nesse caso, do que por questões militares”.

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Na campanha eleitoral do ano passado, Duterte prometeu que promoveria uma batalha sem precedentes para erradicar as drogas no país. Desde sua posse, há 16 meses, milhares de pessoas foram mortas, com os grupos de defesa dos direitos civis denunciando policiais e milícias por assassinato em massa.

Obama pediu ao presidente filipino que respeitasse o Estado de Direito em sua guerra antidrogas. Duterte então retrucou, chamando Obama de “filho da puta”, e usou a polêmica para justificar a construção de vínculos mais próximos com China e Rússia.

Essa ex-colônia americana tem sido um dos mais importantes aliados dos EUA na Ásia, e ambos os países permanecem ligados por um pacto mútuo de defesa.

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Várias ONGs pediram a Trump que manifestasse preocupações sobre a política em vigor em Manila, a última parada de sua turnê asiática de 12 dias.

Contrariando as expectativas, Trump apareceu em uma série de eventos paralelos às cúpulas, com líderes de 19 nações, nos quais ele e Duterte claramente aproveitaram a companhia um do outro.

“Temos uma ótima relação. Tem sido muito bem-sucedida”, disse Trump a Duterte no início de suas breves considerações no encontro bilateral oficial de ontem.

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“Realmente gostei de estar aqui”, frisou Trump, rindo quando Duterte chamou os repórteres da imprensa local e estrangeira presentes na sala de “espiões”.

Mais tarde, o porta-voz de Duterte disse que em nenhum momento se abordou o tema dos direitos humanos no encontro de cerca de 40 minutos de duração.

Já a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, comentou que o assunto veio à tona “brevemente”.

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Duterte e Trump também se sentaram lado a lado no jantar que antecedeu a abertura da cúpula, realizado no domingo. Sorriram, conversaram e brindaram com suas taças de champanhe.

No jantar, Duterte cantou uma música de amor filipina e brincou, dizendo que fez isso a pedido do presidente americano.

* AFP