O presidente Donald Trump disse nesta sexta-feira (15) que o relatório sobre como o FBI administrou a investigação referente ao uso de e-mails por parte da ex-secretária de Estado Hillary Clinton é um “desastre total” para seu ex-diretor James Comey e para a própria agência.
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“O relatório do inspetor-geral é um desastre total para Comey, seus ‘minions’ e, lamentavelmente, para o FBI”, tuitou Trump em seu primeiro comentário sobre o relatório do inspetor-geral do Departamento de Justiça, divulgado na quinta-feira.
“Comey agora será lembrado oficialmente como o pior líder, até agora, da história do FBI. Prestei um grande serviço para o povo em demiti-lo. Boa intuição”, acrescentou.
O então diretor do FBI (a Polícia Federal americana) provocou um terremoto político ao reabrir, apenas uma semana antes da eleição presidencial de 2016, uma investigação sobre as denúncias relativas à eliminação de e-mails de um servidor privado, usado por Hillary quando era secretária de Estado.
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Segundo o documento de 500 páginas do Departamento de Justiça, Comey não seguiu procedimentos adequados, mas não foi encontrada qualquer evidência de motivação política para influenciar o resultado da disputa presidencial daquele ano, na qual Hillary Clinton se apresentou como a candidata do Partido Democrata.
“Em momentos essenciais, o então diretor Comey optou por se desviar das normas e procedimentos do FBI e, no lugar disso, seguiu seu próprio processo subjetivo de tomada de decisões”, acrescenta o informe.
Ainda que esses gestos “não tenham sido resultado de tendência política da parte de Comey”, tiveram “um impacto negativo na percepção do FBI e desse Departamento como administradores da Justiça”, apontou.
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“Embora admitamos que Comey enfrentava uma situação difícil com opções pouco atraentes, concluímos que, ao proceder como fez, Comey cometeu um sério erro de avaliação”, acrescenta o relatório.
Em um capítulo que parece reforçar as insistentes declarações do presidente, o informe sustenta que agentes do FBI trocaram mensagens por telefone que mostram “um estado mental tendencioso” que os deixou “propensos a tomarem passos” para prejudicar a campanha de Trump.
“Isso contradiz os valores centrais do FBI e do Departamento da Justiça”, completou o documento.
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Em um texto publicado na quinta-feira na edição eletrônica do jornal “The New York Times”, pouco antes da divulgação do documento, Comey reconheceu o “profissionalismo” do informe, mas disse que não estava de acordo com suas conclusões.
Os peritos “percorreram o trabalho do FBI com lupa e não encontraram qualquer indício de motivação política, ou imprópria, que tenha afetado a investigação”, frisou.
* AFP