O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (9) que sua relação o ex-presidente Donald Trump é algo que ficou para trás. O brasileiro está em Los Angeles para a Cúpula das Américas e um encontro bilateral com o democrata Joe Biden — a primeira conversa dos dois desde que o americano chegou ao poder — e foi perguntado por jornalistas sobre a relação com o republicano. 

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Bolsonaro sempre se disse fã declarado de Trump, revelou a torcida por sua reeleição e já ecoou o discurso fantasioso de que a vitória de Biden foi fraudada.

— Não vim aqui tratar desse assunto. Já é um passado. Vocês sabem que eu tive um excelente relacionamento com o presidente Trump. O presidente agora é Joe Biden, é com ele que eu converso, ele é o presidente e não se discute mais esse assunto — afirmou Bolsonaro, na saída do hotel.

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— Precisamos aprofundar nosso relacionamento. Serão oito anos com o presidente Biden — completou.

 A conta leva em consideração a reeleição de Bolsonaro no pleito brasileiro, no final do ano –o atual mandatário está em segundo lugar nas pesquisas, que mostram chances de o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer em primeiro turno.

Bolsonaro disse que não levou nenhum pedido específico ao democrata, mas que espera um encontro tranquilo. Nesta quinta (9), o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse a jornalistas americanos que Biden deve ignorar as exigências do líder brasileiro e falar sobre ambiente e eleições livres na reunião.

De acordo com o assessor, a pauta climática será “um tema importante da conversa […], especialmente em ações tangíveis para proteger a Amazônia”. Segundo Sullivan, não haverá temas proibidos.

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A mensagem contradiz o acordo feito por emissários do presidente americano, que agiram depois de Bolsonaro se mostrar reticente em participar da Cúpula das Américas por não querer ser pressionado pelo democrata, com o qual não tem afinidade política.

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Aos jornalistas brasileiros nesta quinta Bolsonaro ainda afirmou que as chances de encontrar o jornalista britânico Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira, desaparecidos na Amazônia, “diminuem a cada dia”.

*Reportagem de Rafael Balago