O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os líderes da oposição democrata anunciaram, nesta quarta-feira, que chegaram a um acordo para elevar o teto do endividamento federal até 15 de dezembro, contrariando a bancada republicana, que queria um prazo mais longo.

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Ao final de um encontro na Casa Branca entre Trump e os líderes da maioria republicana no Congresso, os democratas declararam que o presidente tinha aceitado sua proposta, apresentada esta manhã, de agregar à lei de ajuda de emergência para as vítimas da tempestade Harvey a ampliação do teto da dívida.

“Na reunião, o presidente e os líderes do Congresso concordaram em aprovar a ajuda para [as vítimas d]o Harvey, uma extensão do limite da dívida e uma lei de financiamento, tudo junto”, declararam em um comunicado os líderes das bancadas democratas na Câmara e no Senado, Nancy Pelosi e Chuck Schumer.

“Concordamos com uma prorrogação de três meses do teto da dívida, que eles consideram sagrada e importante”, disse Trump à imprensa.

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Os líderes republicanos não tinham anunciado um plano, mas eles queriam elevar o limite da dívida até o fim de 2018, após as eleições legislativas, para não ter que voltar a debater o tema espinhoso no período eleitoral.

O presidente da Câmara, Paul Ryan descreveu, nesta quarta-feira, a proposta democrata como “ridícula e escandalosa”, comparável a uma chantagem política.

Contudo, Ryan e Mitch McConnell, presidente do Senado, tiveram que cumprir a decisão presidencial.

O senador McConnell disse que não gostou do acordo, mas vai apoiá-lo. O presidente “queria que nos uníssemos para evitar nos mostrarmos divididos numa época de crise nacional”, explicou.

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Os democratas, que têm a minoria do Senado, festejaram. “Estamos muito contentes de que o presidente tenha aceitado, pelo bem do país”, declarou Schumer no Capitólio.

Se o Congresso não conseguisse elevar o limite do endividamento, o governo federal não vai poder continuar a pagar a dívida existente, levando o país à moratória.

Tecnicamente, o teto da dívida, hoje fixado em 19,9 trilhões de dólares, já foi superado em março passado.

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Contudo, o Tesouro americano tem formas e formas de diferenciar certos pagamentos, o que lhe permite continuar cumprindo os mais urgentes. O secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, tinha estabelecido 29 de setembro como a data-limite para o governo ficar sem recursos.

* AFP