O presidente americano, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (15) depois de sua reunião de cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, que “resolveu em grande parte” o problema nuclear da Coreia do Norte.

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Afirmou que o encontro histórico e a “boa relação” entre os dois líderes tornou possível iniciar um processo supervisionado de desmantelamento do arsenal nuclear norte-coreano.

“Eu lhe dei um número direto para que possa me ligar se tiver algum problema. Eu posso ligar para ele. Temos uma boa comunicação e isso é bom”, afirmou Trump em conversa com jornalistas nos jardins da Casa Branca.

Assegurou que o perigo de uma guerra nuclear com a Coreia do Norte estava na agenda americana e, inclusive, tratou desse tema quando, em novembro de 2016, recém-eleito, se reuniu com seu antecessor Barack Obama.

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“Quando me reuni com Barack Obama (…) ele me disse que o maior problema dos Estados Unidos, de longe (…) era a Coreia do Norte”, explicou “Eu resolvi esse problema. Essa questão está resolvida em grande parte”.

– Importantes lacunas –

Antes da reunião de 12 de junho, Washington afirmou que o principal objetivo era uma “completa, verificável e irreversível desnuclearização da Coreia do Norte”.

Entretanto, no texto que foi assinado em Singapura pelos dois líderes, Kim se compromete a “uma completa desnuclearização da península coreana”, uma frase vaga que repete uma promessa feita em outras ocasiões, mas que nunca foi cumprida.

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O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, reafirmou na quinta-feira o principal objetivo americano, assegurando que as fortes sanções contra Pyongyang iriam se manter até que a desnuclearização fosse concluída.

Entre os círculos conservadores, que antes defenderam a política externa de Trump, existem muitos analistas que concordam com um relato do governo israelense no qual afirma-se que existem “lacunas significativas” entre os objetivos americanos e a vaga retórica utilizada no acordo final.

“Apesar das afirmações de Trump sobre as mudanças que fará na política da Coreia do Norte, o caminho para uma mudança substancial ainda será longo e lento”, assinala este relato.

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– Exercícios militares –

Trump também respondeu às críticas provocadas nos Estados Unidos por seu surpreendente anúncio de que interromperiam os “provocadores” exercícios militares que realizam com a Coreia do Sul.

“Desde que cheguei à Casa Branca não estive de acordo com esses exercícios (…) Pagamos milhões e milhões de dólares por aviões e todas essas coisas”. Também assegurou que o uso da frase “Jogos de guerra” era “sua expressão”, depois que muitos fizeram críticas de imitar a retórica de Kim.

Quando um jornalista lhe perguntou sobre a sua proximidade com o líder norte-coreano apesar das repetidas violações dos direitos humanos por seu regime, Trump mostrou vontade de impedir uma guerra: “Não quero ver uma arma nuclear que destrua a sua família”.

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O ministro americano da Defesa, Jim Mattis, disse nesta sexta que seu país permanece atento sobre o tema nuclear da Coreia do Norte, apesar de a reunião ter aberto um “possível novo caminho para a paz”.

O histórico encontro “demonstra que ‘o passado não tem que definir o futuro'”, disse Mattis da cidade de Newport, em Rhode Island, repetindo uma frase usada por Trump na reunião.

“Mas, apesar de hoje existir um possível novo caminho para a paz com a Coreia do Norte, continuamos atentos e na busca de armas nucleares em todo o mundo”, disse o chefe do Pentágono, que presidiu uma cerimônia de graduação de uma escola de guerra.

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* AFP