As tropas de Israel começaram a se deslocar para o norte do país, em direção a fronteira com o Líbano, nesta quarta-feira (18), de acordo com o governo do país. O Ministério da Defesa classificou essa como uma “nova fase da guerra”, o que mostra um posicionamento de combate contra o grupo extremista Hezbollah.
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A declaração foi feita após registros de explosões coordenadas de equipamentos eletrônicos do Hezbollah, como pagers e walkie-talkies, entre terça (17) e quarta-feira (18).
Mais de 20 pessoas morreram nos ataques e outras milhares ficaram feridas. O grupo extremista Hezbollah, com base no Líbano, acusou Israel de ser responsável pelas ações.
Israel não assumiu que foi o autor das explosões e o governo do país evitou fazer comentários sobre o ocorrido. Já segundo a Associated Press, o país teria avisado os Estados Unidos sobre a operação.
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Desde outubro de 2023, Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel como forma de solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Já nas últimas semanas, uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah foram emitidos.
A ação militar coordenada que explodiu centenas de pagers e walkie-talkies, usados pelo Hezbollah por serem mais difíceis de rastrear, mostrou a intensificação das tensões. Um lote dos equipamentos teria sido interceptado e explosivos foram colocados dentro deles.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, falou em “uma nova fase na guerra” nesta quarta-feira, enquanto que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que levaria para casa os moradores da fronteira com o Líbano, o que só seria possível através de uma ação militar.
Uriã Fancelli, mestre em relações internacionais pelas universidades de Estrasburgo e Groningen, destaca que essa soma de fatores indica que uma possível resposta mais agressiva de Israel está por vir.
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Contudo, a ação não possui apoio dos Estados Unidos, que enviou um diplomata americano a Israel na segunda-feira (16). Ele se reuniu com Netanyahu, Gallant e outras autoridades locais.
— Hochstein alertou Netanyahu e Gallant de que uma guerra mais ampla no sul do Líbano não ajudaria a trazer os civis de volta ao norte de Israel. Além disso, qualquer operação militar poderia afastar ainda mais a possibilidade de um cessar-fogo, defendido pelos Estados Unidos, e aumentar o risco de uma guerra regional — afirmou o especialista em relações internacionais.
Ações buscam enfraquecer Hezbollah
Fancelli afirma ainda que as explosões visam enfraquecer o grupo extremista, já que dificultam a comunicação e mobilização dos membros se Israel, de fato, atacar.
Com a escalada de tensões, o Líbano pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, marcada para esta sexta-feira (20).
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Uriã Fancelli explica ainda que a guerra na Faixa de Gaza não deve ser abandonada. Ele projeta que o país abra uma segunda frente de conflito na fronteira norte, com o Líbano.
O professor explica que de acordo com o último relatório do Institute for the Study of War, Israel está próximo de neutralizar o Hamas militarmente na Faixa de Gaza.
— O grupo, que antes se apresentava como uma força organizada, agora estaria operando de forma desordenada e descentralizada, um sinal claro de que está à deriva — finaliza.
*Com informações de g1
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