Às vésperas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, o ano de 2015 foi de muita ação e passos importantes para os principais atletas de Santa Catarina. Perto do fechamento da temporada, é hora de reconhecer o talento e as conquistas dos nosso heróis esportivos. E esse é o intuito do maior prêmio do Estado, o Troféu Gustavo Kuerten de Excelência no Esporte, que pede ajuda da votação popular, até 30 de novembro, para escolher os homenageados deste ano.
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Conheça todos os atletas indicados às principais categorias
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Entre os indicados ao prêmio, à exceção de alguns nomes mais conhecidos do público, como o surfista Alejo Muniz e o carateca bicampeão mundial Douglas Brose, a grande maioria se dedica no anonimato para defender o Estado e o país. Conheça alguns desses candidatos nas cinco principais categorias do prêmio.
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Novata quer ser a melhor atleta

Já são 11 anos dedicados à ginástica rítmica, e Mariana Miyamoto tem apenas 14. Por onde passa, é um fenômeno. Só em campeonatos Sul-Americanos, são sete medalhas de ouro, cinco conquistadas em 2013 e mais duas este ano, sem contar as cinco de prata.
– O que eu mais gosto na ginástica é de competir. Quando ganho uma medalha, principalmente fora do Brasil, fico muito feliz – conta Mariany, que no último Sul-Americano foi campeã na categoria infantil do geral por equipe e no individual de corda, além de vice-campeã no individual geral, na bola e nas maças.
Atualmente ela treina na Associação de Ginastica Rítmica Desportiva de Joinville, cidade em que nasceu, mas a partir de 2017, quando entrar para a categoria adulto, espera e tem tudo para estar em Aracaju (SE), onde treina a Seleção Brasileira, para ir em busca de seu maior sonho: participar de uma olimpíada, a exemplo de outras catarinenses como Luisa Matsuo e Jéssica Maier, que deve estrear na Rio 2016.
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Mariany torce para encerrar a temporada com pelo menos mais um troféu:
– Estamos divulgando para todo mundo votar no Troféu Gustavo Kuerten, porque neste ano acho que tenho chance de ganhar – conta Mariany, que já concorreu a mesma categoria, “A melhor atleta”, em 2013.
Talento trabalhado em família

A natação do Estado já teve grandes ídolos, como Fernando Scherer e Eduardo Fischer. Dedicando-se incansavelmente em Criciúma, Leonardo Schilling, 22 anos, quer entrar nessa fila. A estratégia para chegar no topo envolve toda a família: o pai é presidente e a mãe secretária de sua equipe, a Marista Unesc.
– Entrei na natação com oito anos porque queria competir nos jogos internos da escola. Fui mostrando talento e meus país mergulharam de cabeça nisso – conta Schilling.
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A indicação para o Troféu Guga veio com o melhor índice técnico do Estado neste ano, os 23seg33 conquistados nos 50m borboleta do Sul-Brasileiro. Porém, é nos 50m livre que ele tem esperança de baixar cinco décimos seu tempo para alcançar os 0.22.27 do índice olímpico para a Rio 2016.
– A gente crê que eu possa pegar o índice, mas ainda não a vaga, porque tenho a concorrência de nomes como Cesar Cielo, Bruno Fratus. O plano principal é para a próxima Olimpíada.
Nadando contra a corrente, Schilling tenta provar que é possível realizar o sonho olímpico sem sair do Sul de SC. E a indicação ao prêmio de melhor atleta é uma amostra de que está dando certo.
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– Às vezes quando você é campeão brasileiro, as pessoas não reconhecem, agora se é indicado a um troféu como esse, elas passam a prestar mais atenção.
Favorita em tom de despedida

Prêmios e medalhas trouxeram muito respeito para a joinvilense Sheila Finder no meio esportivo, mas nem sempre esse reconhecimento se repete na população comum. Para quem não a conhece, o currículo da paratleta de 36 anos é extenso: bronze no salto em distância do Mundial de Paratletismo (2013), ouro nos 100m rasos do Grand Prix de Dubai (2014), participações em duas Paralimpíadas e cinco medalhas em Jogos Parapan-Americanos – duas de bronze conquistadas em Toronto este ano. Além de ter vencido as últimas três edições do Troféu Gustavo Kuerten na categoria de melhor atleta paradesportiva.
– Fazendo o que você gosta vem a retribuição e o reconhecimento de receber novamente a indicação do Troféu. Isso vem abrindo portas, abrindo caminho para os deficientes saírem da ociosidade, não ficarem presos em casa – diz Sheila, que nasceu com uma má formação congênita no braço direito, mas só começou a competir no atletismo aos 24 anos de idade.
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Mais de uma década depois, ela está perto de encerrar a carreira e a despedida ideal seria o ouro olímpico nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Mas os melhores frutos, ela já vem colhendo e, independentemente de futuros resultados, continuará a colher:
– O esporte me transformou, vejo a vida com outros olhos, de que nada impossível. E que a gente vai superando os limites. Encerrar aqui no Brasil vai ser uma honra, e deixar uma história e um sementinha para os que virão por aí.
Atletismo encontrou seu campeão
Lucas Ferrari, 26 anos, já correu em algumas das melhores pistas de atletismo do mundo, seja na Paraolimpíada de Londres, nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e Toronto, ou tantas outras competições internacionais. No dia a dia, porém, é na antiga e desgastada pista da Udesc, no bairro de Coqueiros, em Florianópolis, que ele faz seus treinos para as provas de 100m e 200m e salto em distância. A estrutura pode ser modesta, mas os resultados não: este ano, mesmo recuperando-se de uma lesão, ele foi medalha de prata nos 100m do Parapan de Toronto, a terceira de sua carreira.
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O local é o mesmo em que descobriu o atletismo, ou melhor, que o atletismo o descobriu, como prefere dizer. Sem parte dos movimentos do lado direito do corpo, por conta de uma paralisia cerebral, Ferrari já havia tentado o futebol, o futsal e o remo, mas não se adaptou. Em 2009, conheceu o projeto de extensão de paratletismo desenvolvido pela universidade, e o casamento perfeito aconteceu.
– Foi nos 100m que eu estourei, que percebi desde a primeira competição que o atletismo era o que iria fazer pelo resto da minha vida- conta Lucas.
Ele é um dos indicados na categoria “O melhor atleta paradesportivo” e aprendeu, com o próprio esporte, a acreditar nas suas chances.
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– O atletismo me proporciona bastante coisa, não só bem-estar, mas conhecer culturas novas, conhecer a mim mesmo, saber que as minhas limitações eu que decido. O atletismo é minha paixão, não mudou só a minha vida, mas a minha perspectiva. Antes não acreditava muito em mim. Hoje eu acredito demais – conclui.
Reconhecimento dentro e fora de campo

Em seu primeiro ano no futebol catarinense, o lateral-direito contratado no início do ano pela Chapecoense que leva o apelido da cidade em que nasceu, Apodi, no Rio Grande do Norte, já caiu nas graças da torcida e mostrou por que não passou despercebido em grandes clubes do Nordeste, como os rivais Vitória e Bahia, e o Ceará.
As arrancadas velozes do jogador de 28 anos fazem sucesso dentro de campo e também nas redes sociais. Se já no Campeonato Catarinense os torcedores do Verdão vibravam com suas jogadas, no Campeonato Brasileiro ele bombou em todo o país.
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Primeiro com um chute de fora da área que valeu a vitória sobre o Santos. Depois fez o segundo gol contra o Atlético-MG, por 2 a 1, deixando o zagueiro no chão. A jogada valeu uma paródia da música I Want to Break Free, do Queen, feita por uma rádio mineira.
Apodi também deixou sua marca nos 5 a 1 diante do Palmeiras. E, na vitória de virada por 3 a 2 sobre o Grêmio, em Porto Alegre, percorreu 72 metros até marcar o gol, aos 50 minutos do segundo tempo.
Com isso virou ídolo, ajudou o time a permanecer na Série A do Brasileirão e ganhou o respeito dos adversários. Está entre os favoritos a melhor lateral-direito do campeonato nacional e, no Troféu, concorre ao prêmio de melhor atleta de futebol profissional, em um reconhecimento de todo o meio esportivo ao seu ano exemplar.
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