O trio acusado de assassinar Débora Arruda, de 56 anos, vai a júri popular em Balneário Piçarras, no Litoral Norte de SC, mesma cidade onde aconteceu o crime. A mulher foi vista com vida pela última vez em 5 de maio, saindo de um supermercado acompanhada por um dos criminosos. Ela ficou desaparecida por dois meses até o corpo ser encontrado em Joinville.
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Conforme apontam as investigações, no dia do crime, a mulher foi beber com um dos denunciados, quando ambos entraram no carro da vítima e decidiram dar uma volta por Balneário Piçarras. No trajeto, com a mulher ao volante, pararam para embarque dos outros dois envolvidos no crime. Em seguida, os quatro pararam na praia, onde teriam consumido mais bebida.
Na volta para o carro, um CrossFox, um dos criminosos assumiu a direção, enquanto outro a estrangulou e o terceiro auxiliou na agressão, segundo a polícia. A viagem seguiu e, após assassinarem Débora, eles deixaram o corpo às margens da BR-101, na altura de Joinville, e fugiram para o Paraná.
Os homens foram acusados de homicídio qualificado, com uso de recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa de Débora. Anteriormente, o Ministério Público catarinense havia levantado a tese de latrocínio, que foi rejeitada já que não ficou provada a intenção dos denunciados em se apropriar dos bens da vítima.
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Investigação contou com ajuda de pastor
Cerca de duas semanas após o crime, um jovem de 23 anos buscou a Polícia Militar de Guaratuba (PR) e contou ter assassinado a mulher. Ele foi ao batalhão acompanhado de um pastor que atendia em uma clínica de reabilitação, onde estava escondido. Ao religioso, contou que havia se arrependido e foi convencido a confessar.
À época, deu detalhes que bateram com a investigação da polícia, no entanto, não apresentou provas e, em primeiro momento, disse que os outros dois homens que o acompanhavam eram desconhecidos que pediram carona.
O carro de Débora já havia sido encontrado em Guaratuba (PR), com o para-lama batido. A cachorrinha da vítima, que estava com ela no dia do sumiço, também foi localizada na cidade paranaense, na casa de uma família que a encontrou na rua e a acolheu por dez dias. Fora isso, nenhum outro pertence da mulher foi encontrado, nem mesmo os documentos ou celular.
Na denúncia, o MP ainda ressaltou que não há indícios de qualquer tentativa de venda do automóvel e de suas peças para configurar o delito patrimonial, sem contar que o abandono do carro vai de encontro à tese de apropriação do bem e ao encontro de que os réus se utilizaram do veículo para tentar fugir e ocultar o crime de homicídio.
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Investigação paralela e prisões
A angústia pela falta de notícias sobre paradeiro da mãe motivou até o jovem Lucas Ramos Arruda, 27 anos, a fazer uma investigação paralela à procura da mulher. Ele chegou a se deslocar até Joinville e rodou locais onde supostamente os criminosos teriam deixado o cadáver. Mas sem sucesso.
O corpo só foi encontrado cerca de dois meses depois por um cachorro, em avançado estado de decomposição.
A partir da confissão do jovem de 23 anos e das provas conseguidas pela Polícia Civil de Balneário Piçarras, ficou provado que os outros dois homens, que supostamente eram desconhecidos, tiveram participação na morte. Eles foram presos cerca de um mês depois do crime em Biguaçu, na Grande Florianópolis. Eles permanecem presos.
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