A Justiça suíça tornou público ontem um dossiê em que garante que Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e João Havelange, atual presidente de honra da Fifa, receberam o equivalente a R$ 40 milhões em propina da empresa de marketing esportivo ISL, por conta dos direitos de transmissão da Copa do Mundo.

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Teixeira teria sido subornado com pelo menos 12,7 milhões de francos suíços (cerca de US$ 26,5 milhões) entre 1992 e 1997 por meio da empresa Sanud, cuja relação com o ex-dirigente já tinha sido estabelecida na CPI do Futebol, no Senado, em 2001. Segundo o documento de 41 páginas, Havelange recebeu 1,5 milhão de francos suíços (R$ 3,1 milhões). Outros 5 milhões de francos suíços (R$ 10 milhões) foram pagos a Renford Investments Ltd, empresa ligada a Havelange e Teixeira.

Principal parceira comercial da Fifa entre a década de 1990 e o começo dos anos 2000, a ISL foi à falência em 2001. Os documentos da investigação do promotor suíço Thomas Hildebrand sobre os casos de corrupção envolvendo a empresa e a entidade máxima do futebol estavam sob sigilo desde junho de 2010, após um acordo que teria sido firmado por Teixeira e Havelange para que seus nomes não fossem divulgados. Por pressão de jornalistas que pediam transparência no processo criminal, o dossiê foi desarquivado.