Um tribunal russo decretou nesta sexta-feira liberdade vigiada para o opositor Alexei Navalny até que seja examinado em apelação o recurso apresentado contra sua condenação a cinco anos de prisão.
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– O pedido da promotoria deve ser cumprido – declarou o juiz do tribunal de Kirov, uma cidade situada 900 km a leste de Moscou, onde na véspera a pena foi pronunciada. Logo depois, Navalny foi libertado e abraçou sua esposa na sala do tribunal.
Navalny e seu co-acusado Piotr Ofitserov foram libertados imediatamente no tribunal e Navalny abraçou sua esposa Yulia, indicou um correspondente da AFP.
– É uma grande surpresa! – exclamou Navalny depois de ser libertado da caixa de vidro onde estavam os acusados.
– O que está acontecendo é um fenômeno sem precedentes no sistema judicial russo – acrescentou.
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Este veredicto foi dado depois que os promotores pediram subitamente ao tribunal que libertasse Navalny até o fim do processo de apelação, quando sua sentença será aplicada plenamente se sua condenação for mantida.
Navalny era candidato às eleições municipais em Moscou no dia 8 de setembro e tinha a intenção de se apresentar às presidenciais de 2018. Foi condenado por roubo, acusações que ele nega.
Se a condenação for confirmada, não poderá se candidatar a nenhum cargo político.
Na madrugada desta sexta-feira, mais de 200 manifestantes foram detidos em Moscou em protestos contra a condenação de Navalny, indicou uma ONG.
Segundo a página OVD-info, especializada informação policial e judicial com fontes independentes, 209 pessoas foram detidas na noite de quinta-feira e na madrugada desta sexta-feira.
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A maioria foi libertada e algumas receberam multas por alterar a ordem pública, indicou a OVD-info, que publicou a lista das pessoas detidas.
Infrações como essa são punidas com 15 dias de detenção e até 300.000 rublos de multa (7.000 euros).