Se completar um Ironman já é feito para poucos, o evento que reúne 50 atletas na Serra Catarinense neste fim de semana é bem mais difícil. Tem as mesmas distâncias – 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida –, porém, com 3,5 mil metros de elevação, em um percurso que sai do Sul do Estado e vai até o terceiro ponto mais alto de Santa Catarina, no Planalto Serrano, a resistência será testada ao limite. A partir da madrugada deste sábado, eles vão tentar superar o desafio que inicia em Siderópolis e termina no Morro da Igreja, em Urubici, em uma prova com até 18 horas de duração.
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Tudo começou em janeiro do ano passado como uma diversão entre amigos. A primeira edição foi uma espécie de treino que reuniu menos de 10 triatletas. Foi o embrião de uma prova que ganhou força. Ainda no ano passado, a segunda edição já contou com 30 participantes. De acordo com Fernando Palhares, um dos organizadores do evento, desta vez haverá patrocinadores.
Se por um lado o deslumbrante visual da serra estimula, pelo outro o nível de exigência elevado é um grande obstáculo. Não é um triatlo qualquer. Tem as distâncias da prova mais marcante da modalidade, mas com grau de dificuldade extremo.
– Nos últimos dois anos tem aumentado o interesse de triatlo com características extremas. Tem a distância de Ironman, mas muita altimetria e condições climáticas adversas. No ano passado, foi de cinco a 35 graus. E o percurso é maravilhoso. Não se trata propriamente da competição, e sim ter uma experiência diferente. Uma prova feita de atleta para atleta – garante Palhares.
Prova disso é presença de triatletas de 11 estados – o mais distante é do Amazonas. Seis vão encarar o desafio novamente. Entre eles está Rafael Pina, de 45 anos. Com mais de 10 anos de participações em triatlos e provas da franquia Ironman, a preparação dele é contínua porque envolve outras provas, mas desde setembro treina especificamente para o evento deste sábado, com muito ciclismo e corrida em inclinação. Conhecedor do percurso e envolvido na organização, pretende ser o primeiro a superar os 225,8km. Mas para isso, reconhece, precisa mais do que superação.
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– O plano A é chegar ao final. Porém, se tudo estiver bem, vou para tentar ganhar. Disputo outra vez porque nenhuma prova é igual à outra, ainda que o percurso seja o mesmo. Essa prova é muito especial porque é para poucos atletas, todos se conhecem, tem uma parceria grande – comenta Pina.
Dois trechos são considerados mais difíceis. O primeiro deles são os sete quilômetros na Serra do Rio do Rastro, durante o ciclismo, por conta dos 1,5 mil metros de altimetria. O segundo, e mais desafiador, são os últimos 16 quilômetros da corrida, pelos mil metros de subida no Morro da Igreja – ponto final da prova.
O nome da prova pode até soar ofensivo, mas serve bem. Até porque participar do evento não é para qualquer um. O inscrito tem que preencher um cadastro, contando seu histórico no triatlo, e participar de um sorteio para as limitadas vagas. Para estar dentro do Fodaxman, a pessoa tem que ser… acima da média.