Na manhã desta terça, dia 6, uma van atropelou um grupo de triatletas na Praia de Charitas, em Niterói. Entre eles, uma já confirmada na Olimpíada de Atenas – a carioca Sandra Soldan – e outra que ainda luta por uma vaga – a argentina Maria Soledad Omar. As duas estavam num grupo de 30 atletas, todos treinados por Carlos Eugênio Ferraro, o Neném. Deste total, seis estavam no pelotão atingido pela van e apenas três caíram no chão: Soledad, a niteroiense Karen Casaline e o tenente bombeiro Kemper.
Continua depois da publicidade
Soledad foi a mais atingida: seu capacete quebrou em três pedaços e a bicicleta foi completamente destruída. Atendida no Hospital Municipal Antônio Pedro, no Centro da cidade, teve de levar alguns pontos na mão esquerda. Já Karen, esposa do triatleta Armando Barcellos e que está treinando para o Ironman Brasil, sofreu graves escoriações no braço direito e foi atendida no mesmo hospital. A roda dianteira da sua bicicleta emperrou e o pneu furou.
Sandra Soldan estava no grupo, mas não chegou a cair no chão. A triatleta já tem sua vaga assegurada para Atenas, já que apenas três brasileiras (Sandra, Carla Moreno e Mariana Ohata) conseguiram vaga para as seletivas olímpicas e o Brasil terá direito a três vagas no feminino.
Armando Barcellos, ex-triatleta olímpico, chefe da delegação da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri) que vai a Atenas, assistiu a tudo, já que era um dos 30 atletas no treinamento. Segundo ele, o motorista da van de uma cooperativa que faz o trajeto Charitas-Copacabana quis cortar caminho por uma parte da pista que está isolada com cones, devido ao recapeamento do asfalto. Era justamente neste trecho que os triatletas treinavam.
– Poderia ter sido muito mais grave. São anos de treinamento que poderiam ter ido por água abaixo por causa de um acidente bobo – diz o triatleta que defendeu o Brasil nos Jogos de Sydney.
Continua depois da publicidade
Atropelamentos são rotina na vida dos triatletas brasileiros. Grandes nomes do esporte como Alexandre Manzan, Mariana Ohata, Márcia Ferreira, Alexandre Maximiliano, Sérgio Cordeiro, Roger de Moraes e Rivaldo Martins já viveram este problema. Armando agora quer, mais uma vez, alertar as autoridades de Niterói, berço de alguns dos maiores triatletas do Brasil, como Fernanda Keller e Marcus Ornellas, além do próprio Armando.
– Já cansamos de pedir placas de sinalização à prefeitura. Aquele local já é utilizado por nós há 20 anos. Não queremos pista exclusiva, nem nada mais sofisticado. Apenas placas sinalizando que naquele lugar a preferência é do ciclista. Agora, com a inauguração do novo terminal das barcas em Charitas, o movimento de carros, ônibus e vans vai aumentar ainda mais. É fundamental que se tenha uma sinalização adeqüada. Quem sabe agora, que um acidente aconteceu no local, as autoridades vão nos escutar – reivindica o niteroiense.
Para a segurança dos triatletas do Rio, recentemente a CBTri, em parceria com a Federação de Triathlon do Estado do Rio de janeiro (FTERJ), conseguiu, junto à Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL), a liberação do Autódromo Nelson Piquet para o treinamento de todos os triatletas federados e confederados.
– Niterói é a capital nacional do triatlo. Queremos ser respeitados aqui em nossa casa – completa Armando.
Continua depois da publicidade