A dúvida está atrapalhando os treinos da triatleta catarinense Taynara Bonetti. Classificada para o Mundial de Triatlo, que acontece no dia 11 de setembro na ilha de Cozumel, no México, a jovem de 18 anos não sabe se irá participar. O projeto para financiar a viagem foi aprovado pelo Fundo Estadual do Esporte, mas a burocracia e a falta de recursos estão emperrando a liberação da verba.

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– Eu podia estar treinando tranquila, 100% focada, mas essa situação me deixa chateada, porque eu estou representando o Brasil. E é claro que afeta os meus treinamentos – lamenta.

Moradora de São José, Taynara é a única catarinense no feminino na categoria 18-19 anos. Ela garantiu a vaga após um 4º lugar na Copa Brasil de Sprint Triathlon, disputado no Espírito Santo. No curricúlo ela tem um 8º lugar em Londres, em 2013, e um 5º no Canadá no ano seguinte. Em 2015, ficou no top 10 em Chicago.

A atleta possui patrocínios que custeiam alimentação, tratamento de saúde, o centro de treinamento e os equipamentos – que são caros. Já as viagens ficam pelo Fundesporte. O valor do projeto atual, que está dando problema, é de R$ 16 mil.

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O projeto, apresentado em março, aguarda homologação pela Casa Civil. Mas conforme a Secretaria de Esporte, não há disponibilidade financeira no momento. Em nota, a pasta informou que ¿cabe salientar que a Secretaria tem tomado todas as providências possíveis para viabilizar os recursos solicitados pela atleta¿.O projeto ainda tem que passar por mais cinco etapas até a liberação da verba.

O apoio é fundamental

Simone Bonetti, mãe de Taynara, tem trabalhado intensamente nos últimos dias levando pilhas de documentos em diversos setores da Secretaria. Ela pediu demissão do emprego em 2013, quando a atleta sofreu uma lesão com a bicicleta. Desde então tem focado na carreira da filha. O pai é policial militar.

– O fundo é muito importante pra nós. Sem ele, a Taynara jamais teria chegado onde chegou. A gente tem menos de 15 dias de esperança, sem o recurso ficará impossível a participação dela no Mundial. E se sair depois da competição, teremos que devolver a verba para o Governo do Estado – explica a mãe.

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Taynara chegou a ficar em 1º lugar no ranking brasileiro, mas exigiu demais do corpo, o que causou uma lesão no quadril no ano passado. Ela começou no triatlo com 9 anos e treinou muito tempo sozinha, de forma errada.

– Fiquei quase um ano parada. Achei que minha carreira estava condenada. Fiz fisio e osteopatia e há três semanas disputei a primeira competição do ano em Balneário Camboriú. Não senti dores e aí sim voltei a treinar forte, já pensando no Mundial no México – lembra.

Agora tentando voltar ao foco, Taynara seguirá com os treinos indo ou não indo para o México. Até porque ainda sonha em vencer um Ironman. E com 18 anos, tem muito tempo para isso.

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