Treze testemunhas de acusação deverão prestar depoimento na primeira audiência, nesta sexta-feira, do julgamento dos acusados do assassinato da agente penitenciária Deise Alves, 30 anos, em São José, na Grande Florianópolis.

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A sessão começará às 14h, no Fórum, com reforço de segurança pela Polícia Militar. O número de participantes deverá ser ainda maior.

Isso porque, além das pessoas indicadas pelo Ministério Público, há as testemunhas de defesa dos nove réus. Em razão da quantidade, dificilmente os acusados vão ser interrogados nesta sexta-feira.

Conforme o Diário Catarinense antecipou com exclusividade na quinta-feira, as audiências contarão com testemunhas protegidas. Ou seja, elas não terão a identidade e o rosto revelados.

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O papel delas será principalmente em torno de revelações sobre o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

A facção criminosa é a responsável pelo planejamento e execução da agente Deise. O alvo na verdade era o marido dela, o então diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Alves, mas Deise acabou sendo morta por engano, em 26 de outubro de 2012.

Quatro detentos serão levados ao Fórum para assistir aos depoimentos. Outros quatro acompanharão por videoconferência da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde estão desde fevereiro por envolvimento nos atentados.

De acordo com o promotor Geovani Tramontin, que atuará pelo Ministério Público, depois que as testemunhas de defesa e acusação forem ouvidas, uma nova data será marcada pelo juiz para o interrogatório dos réus.

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Tramontin acredita que até o final deste ano a Justiça decida sobre a sentença de pronúncia, ou seja, se os réus vão ou não a júri popular.

O PLANO

Insatisfeitos com o corte de regalias na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, presos do PGC e articuladores das ideologias da facção decidiram matar o então diretor Carlos Alves.

Por cartas ou visitas, comunicaram-se entre si e ordenaram a execução do diretor para os criminosos chamados disciplinas, que são os responsáveis por cumprir as ordens nas ruas.

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Fabricio da Rosa teria conseguido a arma para o homicídio, uma pistola 9mm.

Reuniram-se para a execução Marciano Carvalho dos Santos, Oldemar da Silva, o Mancha, e Rafael de Brito, o Shrek.

O CRIME – 26 de outubro de 2012

Na noite de 26 de outubro de 2012, uma sexta-feira, em uma moto e em um carro, três homens seguiram o Mégane preto de Carlos Alves até a residência dele. Quando o veículo estacionou, na frente da casa de um familiar, às 21h, no Bairro Roçado (Rua João Fernando Pereira), a agente Deise Alves desceu e acabou sendo baleada.

Deise conseguiu reagir e acertou Marciano com um tiro na perna. Quando ele foi preso, apresentava o ferimento. O carro tinha película nos vidros e por isso os atiradores não perceberam que não era Carlos Alves quem estava dentro. Eles mataram a agente com um tiro no coração por engano.

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