Três vereadores da Câmara de Tijucas, na Grande Florianópolis, foram presos preventivamente em suas casas na manhã desta quarta-feira pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os parlamentares Eder Muraro (DEM), Sérgio Murilo Cordeiro (PMDB) e Luiz Rogério da Silva (PMDB) foram encaminhados para a sede da Deic, em Florianópolis, onde prestaram esclarecimentos ao delegado Walter Watanabe, responsável pelo caso.
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As prisões fazem parte de um desdobramento da Operação Iceberg, que investiga há cerca de um ano o desvio de verbas públicas na Câmara municipal. A polícia suspeita dos crimes de peculato, falsificação de documentos e formação de quadrilha.
Em agosto, o ex-chefe de gabinete da Casa foi preso temporariamente nesta mesma operação e em setembro outros servidores da Câmara foram levados para questionamentos na delegacia.
A investigação iniciou após denúncias feitas pela vereadora Lialda Lemos (PSDB) em 2014. A parlamentar entregou documentos que apontavam irregularidades no pagamento de contas de telefone da Casa. A operação se estendeu também para o pagamento de diárias dos vereadores em cursos no Paraná, apesar de eles não comparecerem.
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A Câmara dos Vereadores não foi notificada da ação, já que, segundo o assessor jurídico Israel Régis, eles foram detidos longe do local. Os acusados não serão defendidos pela assessoria da casa.
O advogado de defesa de Eder Maduro, atual presidente da Câmara de Vereadores de Tijucas, e de Sérgio Murilo Cordeiro, ex-presidente da Câmara, Márcio Rosa, afirma que irá entrar com um pedido para revogar a prisão temporária de seus clientes:
— Vamos pedir a revogação das prisões. É de se estranhar o que aconteceu, já que eles vinham cooperando com o inquérito a todo momento. Não há motivo para manter eles presos ainda. Em nenhum momento eles tentaram coagir alguma testemunha e, inclusive, seus depoimentos foram de suma importância.
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O advogado de Luiz Rogério da Silva, Marcelo Galli Santana, também disse ter sido pego de surpresa, já que o próprio Ministério Público já teria dado parecer dizendo que a prisão de seu cliente era desnecessária, pois ele já vinha cooperando com as investigações e poderia prestar novo depoimento em liberdade.
— Não havia motivos concretos para prender o nosso cliente, vemos que não há motivos para ele estar preso para prestar esclarecimentos — diz. A
A Polícia Civil irá se manifestar sobre o caso após o fim dos depoimentos dos três vereadores.