Com as duas ordens de prisão decretadas em duas semanas contra Paulo Ferreira, secretário nacional de Finanças do PT de 2005 a 2010, a Justiça Federal têm hoje, por meio da Operação Lava-Jato, três ex-tesoureiros petistas na mira.
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O antecessor de Ferreira, Delúbio Soares – preso e condenado no processo do Mensalão – é investigado por captação de verbas desviadas da Petrobras para o partido, em negócios envolvendo sondas petrolíferas. João Vaccari Neto, preso há mais de um ano e já condenado na Lava-Jato, responde a três outros processos por suposta arrecadação de propina em nome do PT.
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Confira:
Delúbio Soares – tesoureiro nacional do PT entre 2000 e 2005, cumpriu pena por ter ajudado o PT a arrecadar dinheiro ilegalmente para pagar a políticos do Congresso para que apoiassem projetos do governo Lula (o chamado Mensalão). Hoje, ele é réu na Lava-Jato porque supostamente interferiu para que o PT recebesse dinheiro desviado de contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras. Entre eles, de sondas petrolíferas em alto-mar.
Paulo Ferreira – tesoureiro nacional do PT de 2005 a 2010, ele é alvo de duas investigações na Lava-Jato. A primeira, pela qual foi preso em junho, investiga recebimento de propina por parte dele oriunda de contratos do Ministério do Planejamento. Ferreira seria canalizador de verbas remetidas pela empresa Consist, que teria recebido, mediante suborno, o monopólio de empréstimos consignados para funcionários federais.O segundo inquérito contra Ferreira o aponta como um dos que recebeu dinheiro desviado de contratos da Petrobras para construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. Ele teria canalizado parte do suborno para escolas de samba de Porto Alegre, sua base eleitoral (Ferreira é ex-deputado federal).
João Vaccari Neto – tesoureiro nacional do PT de 2010 a 2014, está preso desde abril de 2015 e foi condenado, no âmbito da Lava-Jato, em dois processos por corrupção e lavagem de dinheiro (num, a 15 anos de prisão, noutro a nove anos de prisão). Ele é acusado de coletar propina em nome do PT, paga por empreiteiras para que essas ganhassem contratos com a Petrobras.
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