Sair de casa no início da manhã em direção ao Centro e retornar no final da tarde é um exercício de paciência para os moradores da zona Sul de Joinville. Somente com as ruas Florianópolis, Guanabara e Monsenhor Gercino como opções, os motoristas encaram congestionamentos e permanecem na fila até chegar ao destino final diariamente.
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As três vias são usadas como acesso ao Centro por moradores da maioria dos bairros da zona Sul, que apontam a demora no trânsito como um dos principais gargalos da mobilidade na região. São cerca de 140 mil habitantes morando no Adhemar Garcia, Fátima, Guanabara, Itaum, Jarivatuba, João Costa, Paranaguamirim, Petrópolis e Ulysses Guimarães. Os demais bairros da região têm outras opções para fazer o deslocamento.
A Prefeitura afirma que a região tem uma intensa ocupação residencial, "resultando em um dos maiores problemas para a mobilidade na cidade com os deslocamentos diários casa-trabalho". Além disso, o aumento da frota de veículos que circulam no município contribui para a condição atual nos principais eixos de ligação entre o Sul e o restante da cidade.
Um ranqueamento das vias mais críticas do município considerando a velocidade média, o comprimento da fila e o atraso médio de aproximadamente 2 mil ruas é realizado pela prefeitura. Ele mostra que as ruas Guanabara, Monsenhor Gercino e Florianópolis se encontram na 3ª, 7ª e 9ª colocação, respectivamente, entre as mais congestionadas.
O marmorista Isaías Pereira, de 41 anos, mora há mais de três décadas no bairro Fátima e já se acostumou a passar diariamente pela rua Guanabara. Por isso, ele se planeja com antecedência para não perder os compromissos.
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— Quando eu preciso atender clientes no Centro tenho que sair às 6 horas para chegar às 7 horas, mas já teve situações em que mesmo assim não consegui chegar na hora. Tem que ter uma solução porque não dá mais — desabafa.
Cobrança para construção de pontes
O presidente da Associação de Moradores do Fátima, Luiz Carlos Sales, acompanha a situação do trânsito na região há alguns anos. Segundo ele, tudo aquilo que poderia ser feito de forma paliativa para tentar resolver o problema já foi realizado, como a implantação de um corredor de ônibus na rua Guanabara para dar mais fluxo ao coletivo.
Para Sales, a única solução agora é a construção da ponte ligando o Adhemar Garcia ao Boa Vista e outra na rua Anêmonas, na região atrás do terminal de ônibus do Guanabara.
— A construção da ponte da Anêmonas permitiria ser feito um binário com a rua Guanabara. O terminal ficaria no meio das duas vias e isso abriria mais o trânsito. E a ponte do Adhemar Garcia seria muito importante, mas se não fazem nem a da Anêmonas, imagina essa maior — aponta.
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Sales também defende a criação de um binário com as ruas Florianópolis e Comandante Alberto Lepper, que ajudaria a desafogar outro gargalo da zona Sul. Para isso, também precisaria construir uma ponte sobre um rio que passa pelo local.
A Prefeitura informou que a Ponte Joinville, ligando o Adhemar Garcia ao Boa Vista, já tem recursos aprovados pela parceria entre o município e o Fundo para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), com financiamento de US$ 40 milhões. A construção está em fase de desenvolvimento do projeto de engenharia de impacto ambiental. Em seguida, a próxima etapa é o lançamento do edital de licitação pública internacional. Ainda não há previsão para início das obras.
As outras duas pontes previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são da rua Anêmonas (R$ 4 milhões) e da rua Nacar (R$ 3 milhões). Ambas estão em processo de encaminhamento do licenciamento ambiental e não têm prazo para início das obras.
Zona Sul – Rua Guanabara
Gargalos
Rua Guanabara, nos bairros Fátima e Guanabara.
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Problemas
A rua Guanabara é usada como acesso para a região central, principalmente pelos moradores dos bairros Adhemar Garcia, Fátima, Guanabara e Ulysses Guimarães. Motoristas do Jarivatuba e do Paranaguamirim também tem a via como opção em direção ao Centro. Ela começa na interseção com a rua Jarivatuba e segue até o encontro com a rua Florianópolis.
Consequências
O trânsito é mais intenso no trecho da rua Jarivatuba até a Santo Agostinho, que dá acesso à rotatória das pontes Mauro Moura e do Trabalhador. Nesse trecho, o congestionamento leva os motoristas a esperarem mais de 30 minutos em horário de pico, de acordo com o dia. O trânsito muitas vezes chega a ficar parado e também causa impactos nas ruas Santo Agostinho e na rótula das pontes.
As ruas laterais também têm formação de filas porque os motoristas precisam entrar na rua principal para seguir o trajeto. Como os carros ficam trancados no trânsito, os cruzamentos acabam bloqueados, principalmente nas esquinas com as ruas Fátima e Padre Augusto. Isso gera o risco de discussões entre motoristas e de acidentes entre os veículos, motociclistas e ciclistas.
Soluções
A prefeitura informou que estão previstas alterações viárias de curto prazo envolvendo a rua Guanabara e vias do entorno com a intenção de melhorar a circulação e segurança dos pedestres e ciclistas, transporte coletivo e veículos. As alterações foram estudadas por meio de simulação de tráfego, ferramenta que permite a inserção do fluxo real que circula na região.
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A partir disto, foram propostos seis cenários diferentes até chegar na proposta final, que está em fase de projeto e não foi divulgada pela prefeitura. As alterações preveem uma queda de 52% no tempo de viagem para veículos individuais e uma queda de 46% para o transporte coletivo. O resultado deverá desafogar a região, principalmente na saída do bairro no período da manhã e no retorno ao fim do dia.
Zona Sul – Ruas Florianópolis e Monsenhor Gercino
Gargalos
Rua Florianópolis, nos bairros Fátima, Guanabara e Itaum, e rua Monsenhor Gercino, no Itaum.
Problemas
A rua Florianópolis é usada por moradores, principalmente dos bairros Fátima, Itaum, Jarivatuba, João Costa e Paranaguamirim. No entanto, também é trajeto alternativo para motoristas do Adhemar Garcia, Guanabara e Ulysses Guimarães. A via começa na interseção com a rua João Elias de Oliveira e termina no encontro com a rua Coronel Procópio Gomes, dando acesso à região central.
Já a rua Monsenhor Gercino é opção para os moradores dos bairros Itaum, Jarivatuba, João Costa, Paranaguamirim e Petrópolis. Também é alternativa para Boehmerwald, Fátima e Parque Guarani. A rua começa na interseção com a Rio Velho e termina no encontro com a Santa Catarina.
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Consequências
O trânsito é mais congestionado no trecho da rua Florianópolis que começa na esquina com a rua Fátima e vai até a interseção com a Procópio Gomes. Os veículos saem das laterais para acessar a via principal durante todo esse percurso, gerando filas ao longo do trajeto durante o período da manhã em direção ao Centro. O trânsito chega a ficar completamente parado com a formação de grandes filas, principalmente nos pontos onde há semáforos.
Já a Monsenhor Gercino tem pontos de congestionamentos no trecho próximo da rua São Paulo, no cruzamento com a rua Petrópolis e na esquina com a rua Fátima. O problema é agravado ainda mais quando há a passagem do trem próximo do terminal de ônibus do Itaum. Com um movimento tão intenso de veículos durante todo o dia, a rua também apresenta o risco de acidentes envolvendo os veículos, motociclistas e ciclistas, sobretudo nos cruzamentos com outras ruas movimentadas.
Soluções
A Prefeitura informou que os estudos de intervenções viárias para as ruas Florianópolis e Monsenhor Gercino estão previstos para começaram nas próximas semanas. Uma das propostas consideradas é a implantação de um binário entre as duas vias.