Três imóveis pretendem ser os prédios mais altos de Joinville até 2026. Os empreendimentos devem ter 29 e 30 andares, sendo os maiores números da cidade até o momento. Os edifícios devem alterar o cenário urbano da cidade e geram reflexões no setor. 

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Os prédios são projetos da Investcorp Empreendimentos, localizados nos bairros Centro e Atiradores. Entre eles, o Opera será o primeiro a ser entregue, com previsão para 2024. Depois, em 2025, será a vez do Soul, e, por último, em 2026, o Amaluna.

Para o sócio da construtora, Fausto de Lucca, os lançamentos devem se destacar no município. 

— Estamos impactando o mercado imobiliário, reforçando a marca e se tornando um marco na cidade — afirma. 

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Mudança em lei permitiu prédios mais altos

Uma mudança em 2019 na lei de outorga onerosa possibilitou que os lançamentos do mercado imobiliário ampliassem não somente a oferta de unidades, mas também a altura dos prédios em Joinville. 

A outorga permite a construção e ampliação de prédios que podem chegar a até 30 andares, o dobro do que era autorizado pela Lei de Ordenamento Territorial (LOT) até então. O proprietário pode construir até 100% além do permitido, com uma compensação financeira paga ao município.

O pagamento é feito por metro quadrado adicional com base no Custo Unitário Básico (CUB), que é uma unidade de referência para o setor da construção civil. O valor definido é de 12% do CUB por metro quadrado. Em janeiro, por exemplo, o valor médio do CUB é de R$ 1.933,84 em Santa Catarina.

A outorga onerosa não pode ser utilizada em toda a cidade – foram escolhidas áreas onde existem mais infraestrutura urbana. Entre elas, estão os setores de adensamento prioritário, formados pelo Centro, bairros vizinhos e parte das zonas Sul, Norte e Leste.

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Futuro com prédios mais altos

Para o presidente do Sindicato Indústria Construção Civil de Joinville (Sinduscon) de Joinville, Carlos Lopes, é natural e essencial que a cidade cresça verticalmente, com prédios mais altos, já que a população cresce em ritmo acelerado. 

Lopes afirma que prédios mais altos, principalmente em regiões centrais, são uma necessidade para ter uma economia fortalecida alinhada com o crescimento populacional. Além disso, os projetos vão trazer ganhos para a qualidade de vida da população. 

— Precisamos estar preparados para uma cidade que rapidamente terá 1 milhão de habitantes. Assim pode resolver desafios de infraestrutura e preservar as áreas com interesse de preservação. Além disso, a população pode morar mais perto do trabalho, de escolas, do comércio e dos serviços de saúde — pensa.  

Urbanista defende “convívio” de prédios com a cidade

Para a professora de Arquiteta e urbanismo da Unisociesc, Rosana Reis, a verticalização, se bem conduzida, pode trazer vantagens, já que economiza espaço no solo e pode proporcionar mais espaços de convivência e de lazer na cidade, com criação de praças, por exemplo. Ela ressalta, porém, que os empreendimentos não devem ser fechados, cercados de muros, grades e sem integração com as ruas. 

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— Perde o sentido de urbanidade. O que temos no entorno destes edifícios, neste caso, são ruas mortas, com calçadas limitadas por muros altos, falta de vida e com poucas pessoas circulando — aponta. 

Outro ponto destacado por Rosana são os riscos de sobrecargas naturais.

— Podem sofrer se sua capacidade de suporte não for respeitada. Áreas frágeis, do ponto de vista ambiental, não devem ser intensamente ocupadas — explica. 

Rosana ainda ressalta a necessidade dos prédios respeitarem o acesso da população à paisagem urbana, que é patrimônio natural e cultural, e as características das cidades. Ela ainda reforça que todos os edifícios ou qualquer outro monumento de grande porte deve ter o impacto avaliado pelas questões urbanísticas e paisagísticas. 

— Já imaginou “fecharmos” o céu de Joinville com paredões de prédios altos no centro da cidade e não enxergarmos mais o Morro do Boa Vista? Ou, de repente, fazermos torres de edifícios altos ao redor da catedral? “Sufocaria” e diminuiria sua imponência e sua imagem — finaliza.

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