Três pessoas morreram em um intervalo de dez dias em São Miguel do Oeste, município com pouco mais de 45 mil habitantes, por complicações causadas pelo vírus da Influenza. As mortes ocorreram entre o final de junho e o início de julho, ainda nesta semana, e revelam um cenário de alerta no município, que registrou internações hospitalares por conta do vírus.
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A primeira morte aconteceu no dia 29 de junho, sendo a vítima um homem de 57 anos, que não possuía comorbidades. Três dias depois, em 2 de julho, uma mulher de 52 anos também morreu. Ela já tinha comorbidades. Outro óbito foi registrado nesta terça-feira (8): um paciente de 65 anos, que possuía outras doenças pré-existentes.
As mortes foram confirmadas pela Secretaria Municipal de Saúde de São Miguel do Oeste, que também informou que cerca de 15 pessoas precisaram ser internadas por complicações da Influenza. 14 casos foram identificados como Influenza A e um como Influenza B.
Quatro pessoas precisaram de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dentre elas, os três falecimentos registrados.
Três dos internados têm menos de um ano, enquanto dois têm entre 50 e 59 anos. Os outros 10 têm mais de 60 anos, faixa etária onde se encontram os casos mais graves, com 90% pacientes com comorbidades, segundo estimativa da Prefeitura de São Miguel do Oeste.
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Cobertura vacinal baixa
No município, a cobertura vacinal contra a Influenza está em 40,28%, índice abaixo da média estadual de 43,80%. A Secretaria de Saúde alerta para os baixos índices e diz que vem realizando ações para ampliar a vacinação no município, sendo a principal medida de prevenção contra casos graves da doença. Além disso, a vacinação também pode reduzir a circulação do vírus.
Entre as ações, estão campanhas para grupos prioritários, como idosos e crianças; postos de saúde abertos em sábados específicos para vacinação; e aplicação domiciliar em acamados.
A prefeitura alerta, também, para outras medidas de prevenção, como a utilização de máscara em caso de sintomas respiratórios; e higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel.
Além disso, a administração municipal também recomenda que a população evite locais fechados e com aglomerações; cubra boca e nariz ao tossir ou espirrar; limpe superfícies de uso frequente, e não compartilhe objetos pessoais como copos e talheres.
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Caso perceba sintomas gripais, o cidadão deve procurar unidades de saúde e, em casos mais graves, procurar a UPA ou hospitais.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que segue monitorando a situação e reforça “o apelo à população para que se vacine”, já que “a vacina é segura, gratuita e continua sendo a maior aliada na prevenção de complicações graves causadas pela Influenza”.
Situação no Estado
Em 2025, dos 8.747 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados em Santa Catarina, 1.650 — cerca de 18,9% — foram provocados pelo vírus da Influenza, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE).
Nesta sexta-feira (11), a taxa de ocupação de leitos de UTI adulto no Estado era de 93%. A região da Foz do Rio Itajaí era a única sem nenhum leito disponível, com taxa de 100%. Veja a ocupação nas demais regiões:
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- Grande Oeste: 97,1%
- Serra catarinense: 96,5%
- Grande Florianópolis: 93,9%
- Planalto Norte: 93,7%
- Vale do Itajaí: 91,9%
- Meio Oeste: 90,3%
- Sul: 87,5%
A pasta estadual de saúde também alerta para a importância da vacinação. O diretor da DIVE, João Augusto Fuck, ressalta que a vacinação protege “quem está ao seu redor” e que “vacinar é um ato de cuidado e responsabilidade”.
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