Um crime cometido em 30 de dezembro de 2019 abalou a comunidade do bairro Santa Mônica, em Lages. Naquela noite, três irmãos surraram e mataram um homem com socos, pontapés e pedradas na cabeça, perto de um campo de futebol, sob os olhares de moradores. O crime foi motivado por desentendimentos entre os envolvidos.

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Agora, quatro anos e meio depois, os três irmãos foram julgados, na última quinta-feira (13), com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina. A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no fórum de Lages e teve 12 horas de duração.

Ao longo desse período, os acusados e várias testemunhas foram ouvidos e os Promotores de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann e Fabrício Nunes apresentaram provas e desmantelaram a tentativa dos advogados de defesa de minimizar a relevância do crime pelo histórico da vítima, que tinha passagens pela polícia.

Após os debates, os jurados escolhidos para julgar o caso consideraram os três réus culpados e condenaram dois deles por homicídio qualificado, devido ao meio cruel e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O terceiro irmão foi condenado por homicídio qualificado privilegiado. O Juízo fixou as penas, respectivamente, em 14, 12 e oito anos de reclusão.

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— O fato de a vítima ter passagens pela polícia não dava aos réus o direito de fazer o que fizeram. Eles precisam pagar pelos atos, pois cada assassinato impune tira algo da nossa segurança — declarou a promotora de Justiça Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann.

A promotora levou para o plenário a pedra de oito quilos e meio que os irmãos usaram para atingir a cabeça da vítima, provocando sua morte por traumatismo cranioencefálico. Com uma fala em defesa da vida, o Promotor de Justiça Fabrício Nunes representou o Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri.

— Os três réus subjugaram e mataram um homem de maneira covarde por desavenças, e o que está sendo discutido não é o eventual histórico da vítima, mas a forma como ela teve a vida arrancada — disse.

A sessão do Tribunal do Júri foi acompanhada por populares, incluindo familiares da vítima e dos acusados. Após a leitura da sentença, dois deles foram conduzidos para o Presídio Masculino de Lages e o que recebeu a pena menor ganhou o direito de recorrer em liberdade.

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