Nenhuma das 14 instituições de ensino superior do Vale do Itajaí alcançou nota máxima no Índice Geral de Cursos (IGC) divulgado na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Dessas, três tiveram nota 4 e as demais registraram 3. Na região, os melhores números ficaram com a Faculdade Avantis, de Balneário Camboriú (3,20), Ibes/Unisociesc, de Blumenau (3,05) e Univali, de Itajaí (2,97). A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a única do Estado a atingir o conceito 5, o máximo da avaliação. Além das três do Vale, outras 13 ficaram na faixa 4 entre as 85 instituições de Santa Catarina analisadas pelo Ministério da Educação.

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O IGC é um indicador divulgado anualmente e que avalia instituições de ensino que sejam tanto públicas, como privadas, e envolve universidade, centros universitários e faculdades. O índice é calculado com base no Conceito Preliminar de Curso (CPC) dos três anos anteriores, e leva em conta também o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e conceitos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Avaliação segue métrica de 1 a 5

A nota do IGC vai de 1 a 5. As instituições com nota entre 4 e 5 são consideradas excelentes. Nota 3 é considerada satisfatória e, daí para baixo, insatisfatório. A principal consequência para desempenhos ruins é não poder expandir a instituição, nem em construção de novos campi ou no aumento na oferta de vagas em cursos já existentes. Há a possibilidade também de redução de vagas e até suspensão de cursos em casos mais extremos e após a avaliação de um especialista.

Com o melhor desempenho no Vale do Itajaí, a Avantis comemora o resultado principalmente por conta da estrutura que tem. Na avaliação de Gabriela Depiné, gerente de ensino da faculdade, a nota 4 representa praticamente o máximo possível.

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– Somos uma instituição pequena em comparação a outras que já estão há anos com know-how no ensino superior, e mesmo assim conseguimos ficar entre as 10 melhores do Estado. Isso nos dá uma satisfação muito grande. Para faculdades que não oferecem mestrado e doutorado, como nós, é muito difícil chegar à nota 5, por isso estamos bem felizes – avalia Gabriela.

Na avaliação de Carlos Tomelin, vice-reitor de Graduação e Desenvolvimento Institucional da Univali, a evolução da universidade neste ano – passando de 3 para 4 – é o ponto positivo. Ele explica que a instituição já esteve próximo da nota máxima e que as ações para 2019 serão com o objetivo de alcançar essa excelência.

– Esse índice reflete o trabalho que a gente vem fazendo, principalmente na questão da inovação acadêmica, melhorando matrizes curriculares e tendo um material com metodologias diferenciadas. Já tivemos próximo da nota 5 e vamos trabalhar para chegar lá. Hoje o quadro é muito bom. O conceito é de uma universidade muito boa. Mas nossa missão é buscar a excelência – aponta Tomelin.

Furb acredita que ajuste elevaria nota

Única instituição pública de ensino superior com sede no Vale do Itajaí, a Universidade Regional de Blumenau (Furb) registrou um IGC contínuo de 2,73, o que a deixou com conceito 3 de acordo com o Ministério da Educação. Esse índice é considerado satisfatório e não demonstra preocupação, na avaliação do reitor João Natel. Isso porque hoje a Furb já é considerada nota 4 pelo Conselho Estadual de Educação, um outro dado que também leva em conta a qualidade dos cursos. Além disso, conforme Natel, uma simples adaptação na categoria do professor já seria suficiente para elevar a nota.

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– Nós estamos corrigindo essa questão de categoria. Hoje temos professores em tempo integral e professores horistas. Agora vamos criar o professor de tempo parcial, que o MEC entende ter o mesmo peso daquele que atua de forma integral. Só isso já traz o CPC (índice que compõe a nota do IGC) para conceitos maiores – argumenta Natel.

A evolução da Furb nos últimos anos também tranquiliza. Em 2015, o IGC era de 2,59. Em 2016 subiu para 2,60 e, agora, passou para 2,73. Na opinião do reitor, esses números mostram certo progresso.

– Consideramos (esse índice) satisfatório em relação aos cursos. Em relação à universidade queremos o 5, mas mesmo assim indica que somos uma boa universidade. Indicadores como o IGC são importantes, mas não são os únicos. A complexidade da instituição complica um pouco mais, mas queremos trabalhar para melhorar. A universidade está evoluindo – defende o reitor.