Três homens foram presos na manhã desta terça-feira (26) na Operação Pedra Angular, executada pela Polícia Civil. Eles são sócios de uma empresa suspeita de golpe por um esquema de pirâmide financeira no Vale do Itajaí. Duas prisões ocorreram em Pouso Redondo e uma em Itajaí.
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A operação ainda cumpriu 16 mandados de busca e apreensão nos municípios de Taió, Pouso Redondo, Rio do Sul, Ituporanga, Blumenau, Jaraguá do Sul, Itajaí e Balneário Camboriú. Entre os itens apreendidos estão nove veículos e um terreno que teriam sido adquiridos pelos suspeitos com o dinheiro arrecadado das vítimas, conforme a Polícia Civil. O valor dos bens somados chega a cerca de R$ 1 milhão.
Os suspeitos também tiveram bloqueio dos ativos financeiros e das contas bancárias, que movimentaram R$ 25 milhões apenas neste ano. Contudo, a Polícia Civil alega que o valor gerido pelo trio é muito maior, já que a maior parte do dinheiro não era transferido para as contas bancárias.
A empresa tinha sede em Pouso Redondo, no Alto Vale do Itajaí, e filiais nas demais cidades onde ocorreu a operação. Os sócios são suspeitos pela prática de crime contra a economia popular, lavagem dinheiro e associação criminosa.

As vítimas eram atraídas pelo discurso de lucro rápido, com rentabilidade de até 400% em um ano, transferindo a partir R$ 500 até R$ 1 milhão aos sócios. Os suspeitos justificavam que o rendimento seria obtido após aplicação do valor no mercado financeiro, mais especificamente em opções binárias (operação ainda não regulamentada no país).
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Entretanto, a Polícia Civil constatou que se tratava de uma pirâmide financeira, de forma que o pagamento aos investidores seria possível apenas mediante a adesão de novos clientes. A própria expansão da empresa para outros municípios ocorreu como uma necessidade de captar mais recursos para sustentar a pirâmide.
A situação estava se agravando nos últimos dias, com a suspeita de que os suspeitos não estavam mais conseguindo pagar as vítimas e, conforme a Polícia Civil, planejavam deixar o país. A prisão temporária tem duração de cinco dias, com possibilidade de conversão para prisão preventiva — quando não há limitação.
A investigação foi comandada pela Delegacia de Polícia de Taió e começou há cerca de dois meses. O nome da operação, Pedra Angular, é uma referência a construção de pirâmides, que eram erguidas a partir de uma pedra angular necessária para sustentar toda a estrutura. Com a ruína dessa pedra, todo o sistema também desmorona.