A Justiça de Brusque condenou três pessoas por incêndios a veículos durante a onda de atentados em fevereiro do ano passado, em Santa Catarina.
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Esta é a segunda sentença em que é citada a ação organizada da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) – a primeira saiu em Joinville, em setembro de 2013.
Adriano dos Santos Gross, o Pit, pegou sete anos de prisão por dois incêndios. A perícia apontou que ele deixou as digitais em uma garrafa PET. Em juízo, Adriano disse que estava em casa na data dos fatos e que o “recipiente poderia ter pego em casa e algum catador de lixo pegou”.
Venício de Souza, o Girafa, deverá cumprir seis anos e cinco meses de prisão e Tom Jobim Syllos deverá cumprir cinco anos de reclusão. Todos devem ficar presos inicialmente no regime fechado.
A sentença é do juiz Edemar Leopoldo Schlösser e foi dada no dia 19 de março em gabinete. Os atentados aconteceram no dia 7 de fevereiro de 2013, no Centro de Brusque.
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Consta que o ônibus estava estacionado ao lado de um posto de combustíveis e que o incêndio poderia ter atingido o pátio e outras edificações próximas.
Os réus foram absolvidos por dano porque o juiz considerou que o delito já é absorvido pelo delito de incêndio.
Para a promotora Susana Perin Carnaúba, os envolvidos agiram de forma organizada e a partir da divisão de tarefas ligadas ao PGC na onda de atentados que aconteceram em todo o Estado no início de 2013. Ficou concluído ainda que eles teriam agido a mando de líderes da facção.
“As consequências foram graves, diante do perigo provocado pelo incêndio dos veículos, aliado a grande repercussão e temor que o crime gerou em todo o corpo social, mobilizando inclusive a vinda da Força Nacional ao Estado, além da transferência dos principais líderes da facção criminosa que vinha atuando de dentro do sistema penitenciário”, observou o magistrado na sentença.
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Contraponto
O que diz Adriano dos Santos Gross, o Pit:
O advogado Amarildo Pereira diz que Adriano nega a autoria dos atentados e de fazer parte do PGC.
– O nome dele sequer consta no inquérito do PGC feito pela Deic.
A defesa irá recorrer da sentença.
O que diz Venício de Souza, o Girafa:
A advogada Graziela Alexandra Setragni diz que as provas não são suficientes para a condenação e que vai recorrer da sentença.
O que diz Tom Jobim Syllos:
O advogado Carlos Henrique Delandréa diz que Syllos nega a autoria e que o processo não indicou a participação dele.
– Ele não foi nem indiciado pelo delegado na fase policial. Depois é que o promotor o denunciou.
A defesa também irá recorrer.
Maior julgamento nas alegações finais
Além dos atentados que estão sendo julgados em algumas Comarcas do Estado, há uma ação penal que julga 98 réus acusados de agirem em conjunto nas duas ondas de violência em Santa Catarina, entre 2012 e 2013, pela facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
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Essa ação penal tramita em Blumenau e está na fase de alegações finais. Os réus são acusados de formação de quadrilha e associação para o tráfico de drogas em inquérito da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).