No final de semana em que o Instituto Baleia Franca (IBF) realizou na Praia do Rosa, em Imbituba, no Sul do Estado, a cerimônia oficial de abertura da temporada deste ano de observação da espécie, pelo menos três mamíferos surgiram para exibição aos turistas que passearam de barco pela vizinha Praia da Ribanceira.

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A primeira aparição ocorreu por volta do meio-dia, depois de mais de uma hora de buscas pelo mar.

– Por mais que se façam pesquisas e observações é difícil saber exatamente onde e quando elas irão aparecer. Temos muito o que aprender sobre a espécie – observava o presidente do IBF, Enrique Litman.

Quando a baleia surgiu foi necessária uma cuidadosa operação para a aproximação da embarcação. Conforme normas ambientais, lanchas ou barcos não podem estar a menos de 50 metros de distância nem seguir um trajeto que possa colocar em risco a segurança do mamífero.

– Temos de ter o máximo de cuidado, até porque movimentos bruscos e muito barulho das pessoas ou do motor afugentam a baleia e a viagem e toda busca podem se tornar inúteis – explicou a bióloga Mônica Pontalti.

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A baleia que estava acompanhada de um filhote não chegou a fazer saltos ou exibir a cauda, mas quando subia à tona para respirar oferecia um belo espetáculo. Mãe e filho ficaram próximos da praia durante 20 minutos e depois se retiraram para alto-mar. Um outro mamífero chegou a nadar durante algum tempo na Praia da Ribanceira, mas teve um comportamento mais discreto e pouco pôde ser observado.

Na cerimônia realizada neste domingo, em que estiveram presentes autoridades políticas de Imbituba e representantes do governo do Estado, o IBF apresentou uma série de atividades realizadas nos últimos anos e alguns desafios a serem enfrentados.

Segundo Mônica Pontalti, a instituição pretende iniciar estudos para tentar entender porque as baleias de passagem pelo Litoral Sul se concentram em seis refúgios localizados entre Garopaba e Imbituba.

Outro projeto discutido, mas que envolve uma ampla e demorada ação global entre institutos de preservação de todo o Hemisfério Sul, é buscar identificar as rotas de viagem das baleias da Antártida e o Brasil.

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– Com isso um dia será possível fazer acordos para que as rotas de navegação sejam um pouco diferentes da rota das baleias, já que uma das causas de morte da espécie hoje é o choque contra barcos ou navios – conta a bióloga.