A cada três anos, os estudantes das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de todo país têm a oportunidade de participar das Olimpíadas Especiais das Apaes. Neste ano, a unidade de Jaraguá do Sul conseguiu um feito inédito: três atletas irão representar a delegação de Santa Catarina em Campo Grande (Mato Grosso do Sul).

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Os atletas que embarcaram no desafio, que vai de 3 a 7 de dezembro, são Felipe Santos – síndrome de down -, Vinicius da Silva Quadros – deficiente intelectual- e Alex Pereira de Carvalho – deficiente intelectual e físico. Os três irão compor a delegação catarinense que contará com 58 atletas e mais a comissão técnica.

Felipe e Vinicius fazem parte da equipe de atletismo da Apae. Os treinamentos ocorrem no contraturno três vezes por semana sob o comando do treinador Wanderlei Augusto Gessner no Clube Atlético Baependi e na Arweg. Atletas são conhecidos no meio esportivo e recebem bolsa atleta pelo bom desempenho em 2014. Felipe irá disputar 50 e 100 metros rasos e Vinicios irá competir no arremesso de dardo e nos 400 metros rasos.

– Estamos curiosos para saber como vai ser, mas eu quero o primeiro lugar e sou bom – brinca Felipe.

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Já Alex é o veterano nas competições e treina duas vezes por semana. Em 2010, ele iniciou a bocha paraolímpica e esse ano o esporte foi introduzido de forma experimental na competição. Segundo o treinador, quando começaram o projeto, o Alex foi o primeiro aluno com potencial para se tornar um atleta de rendimento. . A categoria que compete é a BC3, que conta ajuda do auxiliar e de ponteiro. O seu auxiliar, calheiro como é chamado, é seu irmão Allan Pereira de Carvalo que estuda de manhã e participa dos treinos à tarde com o irmão.

– O esporte oportunizou que meu irmão viajasse e conhecesse outros lugares e pessoas. Eu também pude participar disso viajando, mas o principal foi descobrir como cuidar do meu irmão. A primeira vez que alimentei ou que peguei no colo foi aqui na Apae – revela Allan.

Novo horizonte

O que oportunizou essa experiência na vida dos estudantes foi o Projeto Paradesportivos da unidade jaraguaense, que surgiu em 2013. A coordenadora do projeto, Cláudia Roberta de Arrazão, conta que os profissionais de educação física não conseguiam conciliar as aulas mais o treinamento de rendimento, porque muita vezes o treino precisa ser individualizado por causa das deficiências intelectuais dos atletas. Por isso, quase 130 estudantes participam do trabalho que apresenta o universo do esporte na modalidade de apreciação, inclusão e rendimento.

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– Temos alunos que praticam os esportes em forma de lazer. Aqueles que já conseguem jogar de uma forma mais elevada e que vão para as competições, mas para incluir do que para conquistar medalhas. E os do rendimento que se sobressaem e disputam competições – explica Cláudia.

Segundo Cláudia, o projeto conseguiu modificar a história de vida dos alunos e dos seus familiares. A coordenadora enfatiza que a sociedade precisa conhecer o trabalho realizado com esses atletas.