Três agentes da Polícia Rodoviária Federal que atuavam no posto de Barra Velha, na BR-101, foram presos na manhã desta quarta-feira suspeitos de concussão (corrupção praticada por funcionário público) e peculato (desvio de bens e dinheiro) nas abordagens feitas no posto.

Continua depois da publicidade

Confira as últimas notícias de Joinville e região

A corregedoria da própria Polícia Rodoviária Federal iniciou a investigação e encaminhou os desdobramentos para a Polícia Federal. O esquema foi desarticulado por meio de uma série de denúncias.

Na operação Rota Livre, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e um de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para a delegacia para prestar informações). Os policiais foram presos em casa em Balneário Camboriú, Penha e Tijucas.

Continua depois da publicidade

A PF não informou o nome dos três agentes presos. Um deles teria sido demitido há um mês pelo envolvimento em um homicídio quando ainda atuava na PRF no Estado de São Paulo.

Na prática, o grupo atuava interceptando e abordando veículos e ônibus de excursão que trazem mercadorias importadas, vindos de roteiros de compras do Paraguai, a pretexto de efetuar ações de repressão ao contrabando e descaminho.

Os policiais rodoviários federais conheciam o horário de passagem dos ônibus pela região de Barra Velha e faziam as abordagens.

Continua depois da publicidade

Uma vez abordado, todas as bolsas com compras eram retiradas do bagageiro, vistoriadas e as mercadorias apreendidas.

As investigações apontaram que, quando não era exigido vantagem financeira para liberação dos ônibus, as mercadorias eram apreendidas sem que fosse devidamente encaminhadas à Receita Federal e sem a lavratura de nenhum documento ou comprovante ao passageiro.

A investigação teve início em 2014, a partir de denúncias feitas por cerca de 40 passageiros lesados. A denúncia foi feita para a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, a qual passou a apurar as informações.

Continua depois da publicidade

– Alem de a polícia rodoviária ter trazido o caso para investigação ela sempre contribuiu e ajudou com a investigação – destacou o delegado da Polícia Federal, Oscar Biffi.

Os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa (antiga formação de quadrilha), concussão (que é a exigência de vantagem indevida por parte do servidor público) e peculato (apropriação/desvio de bens e valores da administração), cujas penas somadas perfazem 23 anos de prisão.

Além disso, sofrerão processos administrativos disciplinares que podem culminar na pena de demissão do cargo. Por ordem judicial, os três agentes foram afastados imediatamente de suas funções. Eles foram presos preventivamente por tempo indeterminado e estão detidos no 8º Batalhão da Polícia Militar de Joinville.

Continua depois da publicidade