– Eu não consigo dormir. Deve ser o preço do título – foram as primeiras palavras de Roberto Alcalde Rodriguez ao sair do banho. Ele descansava em seu primeiro dia livre depois de se sagrar campeão dos 100m peito no Mundial Paralímpico de natação, disputado no último final de semana, no Canadá. Mais um título para uma coleção que não para de crescer.
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A medalha de ouro repousa guardada dentro de uma caixa branca na mesa da sala, simbolizando não só uma conquista, mas uma história de superação para quem não tem o movimento das pernas (qualificado como classe SB5 na nomenclatura paralímpica).
Roberto virou exemplo de dedicação entre seus colegas de Seleção Brasileira, e também no mundo da natação, por sua força mental. Treinando por três anos numa piscina projetada para crianças, sem patrocínios e com um técnico voluntário – Fladimir Klein -, ele desafiou a lógica usando só uma ferramenta:
– Teimosia. Eu sou muito teimoso, sempre fui desde pequeno, por isso me tornei campeão – brinca Roberto.
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Com apenas 21 anos, o nadador – gaúcho de nascença e catarinense de coração – tem agora a medalha de ouro nas mãos, desejo dos tempos de criança. Insatisfeito, ele quer deixar um legado só seu no Estado: ser campeão paralímpico.