Com a aprovação do processo de recuperação judicial do JEC, os credores do clube foram intimados pela Justiça a se habilitarem ou questionarem os valores das dívidas divulgadas pelo Tricolor. A lista inclui empresas, treinadores, jogadores e dirigentes que passaram pela Arena e ainda têm dinheiro a receber.
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O processo inclui uma dívida de R$ 18,2 milhões, dividida entre 334 credores. Eles são separados em classes diferentes: trabalhistas, quirografários e micro ou pequenas empresas. A maior delas é referente as dívidas geradas pelos vínculos de trabalho, que somam 254 pessoas e R$ 13,3 milhões.
Entre os maiores na categoria trabalhista estão o ex-treinador Adilson Batista, para quem o tricolor deve R$ 885 mil. O técnico ficou no clube por 50 dias e esteve a frente do time por apenas dez jogos.
Em seguida, ainda aparecem o atacante Jael, com R$ 595 mil; o atacante Edigar Junio, com 498 mi; o treinador Arthurzinho, com R$ 447 mil; e o goleiro Matheus Albino, com R$ 380 mil.
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Nesta categoria, a lei da recuperação judicial prevê que o prazo para pagamento dos credores não pode ser superior a dois anos. Já no caso das demais classes, as dívidas poderão ser negociadas sem limitações.
Na classe de quirografários, os valores devidos chegam a R$ 4,8 milhões. São 68 credores, sendo que o principal nome é do ex-presidente do JEC, o empresário Vilfred Schapitz. Ele tem R$ 1,7 milhão a receber do clube, de acordo com o processo.
A menor fatia das dívidas do clube está entre as micro e pequenas empresas, que somam R$ 23 mil.
Dois meses para apresentar um plano de recuperação
O JEC tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação, com detalhes de como pretende negociar e realizar o pagamento das dívidas com todos os citados no processo. A etapa seguinte consiste na intimação dos credores para se manifestarem em prazo de 30 dias em relação ao planejamento proposto pelo clube.
Se qualquer uma das classes de credores discodar com o plano é marcada uma assembleia para discutir a proposta com todos. Ela poderá ser realizada em até 150 dias, mas costuma demorar, em média, até um ano.
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Para que o plano de recuperação siga adianta, ele precisa ser aprovado por todas as categorias de credores. Caso uma classe reprove a proposta, ainda há a possibilidade dos próprios credores apresentarem uma nova versão do plano.
Riscos de falência na recuperação judicial
Em um processo de recuperação judicial, há alguns riscos de falência para o devedor. Um deles é a perda do prazo de 60 dias para apresentação do plano e outra é a reprovação da proposta por parte dos credores durante a assembleia (no caso deles também não apresentarem uma nova versão do plano).
Além disso, o clube também pode ter a falência decretada após a aprovação do plano de recuperação. São os casos de descumprimento de algum parcelamento fiscal ou obrigação firmada com os credores. E também se for verificado que o patrimônio do devedor comece a ser esvaziado de maneira substancial.
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