Dados da PRF apontam que nos trechos urbanos de Joinville e de Barra Velha ocorrem mais acidentes com vítimas feridas e com mortes
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O trecho da BR-101 que corta a área urbana de Joinville, do mercado atacadista Makro até a indústria Viqua, é onde mais ocorrem acidentes com vítimas na parte Norte da rodovia em Santa Catarina. Já o trecho que corta a área urbana de Barra Velha, entre a Parada Havan e as proximidades do Hotel Flamboyant (construção em forma de baleia), é onde mais ocorrem acidentes com mortes.
É o que mostram dados fornecidos pela 3ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), em Joinville, e processados por “A Notícia”. Os registros se referem ao trecho de responsabilidade da delegacia, do km 0 ao km 110,2 – de Garuva, na divisa de Santa Catarina com o Paraná, até o limite de Penha e Navegantes, o que compõe a parte mais ao Norte da rodovia no Estado. A rodovia foi dividida em trechos de cinco quilômetros pela própria DPRF para o comparativo.
Em média, ocorrem 25 acidentes com vítimas por ano a cada cinco quilômetros da rodovia. Entre o km 40 e o km 45, que vai do atacadista Makro até a VIqua, em Joinville, a conta sobe para 57 ocorrências deste tipo por ano, em média. Proporcionalmente, este ponto também concentra 10% dos acidentes com vítimas na parte Norte da BR-101 nos últimos três anos e meio.
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De acordo com a própria Polícia Rodoviária Federal, o fato de a área urbana de Joinville ter um elevado volume de tráfico local é a primeira causa para sobressair nestas ocorrências. A existência de dois viadutos (nas ruas Ottokar Doerffel e 15 de Novembro) e de marginais, com constante entrada e saída de veículos, é outro fator para colisões. Por fim, a geografia acidentada do trecho, com morros e curvas (por exemplo, os morros em curva antes de chegar no viaduto da rua Anita Garibaldi ou após o viaduto da Ottokar Doerffel, no sentido Norte-Sul) também influenciam na ocorrência de acidentes.
O trecho de cinco quilômetros com menor número de acidentes com vítimas em todo o Norte é a reta com apenas uma curva bastante suave perto do terreno da BMW, em Araquari, entre o km 65 e o km 70, com apenas 13 acidentes com vítimas por ano, em média.
Fatais
Os acidentes com mortes predominam entre o km 85 e o km 90, entre a Havan e pouco antes do Hotel Flamboyant, em Barra Velha. Enquanto em toda a parte Norte da rodovia ocorrem 1,5 acidentes fatais para cada cinco quilômetros, na área urbana de Barra Velha cortada pela BR-101 a média sobe para 3,7 acidentes fatais por ano. Os cinco quilômetros antes de chegar à entrada principal de Piçarras, entre o km 95 e o km 100, vêm em segundo lugar, com 3,1 mortes por ano, em média.
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Para a Polícia Rodoviária Federal, a principal causa de mortes nestes dois locais são atropelamentos, em função da grande quantidade de pedestres que moram às margens da rodovia e que costumam atravessá-la. A existência de retas nestes pontos, combinadas com a travessia de pedestres, e o maior trânsito na área urbana de Barra Velha, também contribuem para eles serem os mais fatais de toda a parte Norte da rodovia.
Vias marginais para diminuir acidentes
A Autopista Litoral Sul, concessionária que administra a BR-101 entre Curitiba (PR) e Palhoça (SC), afirma que a diminuição dos acidentes em trechos urbanos como o de Joinville passa pela implantação de vias marginais, o que evita, por exemplo, que o motorista que queira ir da zona Sul à zona Norte de Joinville pela BR-101 tenha de utilizar as pistas principais, o que naturalmente aumenta o tráfego e o perigo de acidentes.
Estão em execução 11,6 quilômetros de marginais entre Joinville e Piçarras no momento, segundo a concessionária. A maior parte (9,9 km) está em Joinville. Há ainda 1,3 quilômetros em construção em Barra Velha e 400 metros em Piçarras. As obras são visíveis em diversos pontos ao lado da rodovia nos últimos meses. Há ainda 740 metros de terceira faixa sendo construída em Joinville. Além destas marginais, outros 4,1 quilômetros já foram implantados anteriormente em quatro cidades: Piçarras (1,6 km), Garuva (1 km), Joinville (970 metros) e Barra Velha (600 metros).
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Em relação às mortes, principalmente na área urbana de Barra Velha, uma medida é a implantação de passarelas, para diminuir atropelamentos. A Autopista diz que já implantou cinco delas a longo de toda a rodovia, uma em Barra Velha (perto do Hotel Flamboyant). Não há outras em construção no momento. A empresa informa ainda que reparou e reforçou 75 pontes e realizou dez obras de melhorias em acessos, além de melhorias em sinalização, no trecho sob sua concessão.
Dicas
Apesar dos dados de acidentes chamarem atenção isoladamente, a BR-101 no Norte de SC pode ser considerada segura em relação às ocorrências. Todos os dias, segundo a Autopista, 46,5 mil carros usam o trecho Norte da rodovia, em média, o que resulta em quase 17 milhões em um ano. A PRF também lembra que, pelo fato de a rodovia ser duplicada, boa parte das ocorrências ocorrem por imprudência. A dica é respeitar os limites de velocidade, pegar a estrada descansado e com a manutenção do veículo em dia.