Está aberto o edital para recuperação asfáltica do trecho entre o Terminal Rodoviário Rita Maria e a rótula do Centro Integrado de Cultura (CIC), na avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Uma das regiões mais movimentadas na Capital terá um diferencial: será coberta com asfalto borracha, alternativa ecologicamente responsável e com maior durabilidade.
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A moderna tecnologia foi usada em obras entre Capinzal e Joaçaba, no Meio-Oeste, e na pista de kart, no Norte da Ilha de Santa Catarina, além de aplicação também no Morro da Lagoa.
Diferente do que ocorreu no começo do ano quando a recuperação do trecho foi interrompida pelas chuvas, a aplicação do produto pode ser feita inclusive com o tempo ruim:
– Só não podemos fazer a aplicação quando a chuva estiver caindo, mas isso será possível mesmo com o local úmido – explica o secretário de Obras, Luiz Américo Medeiros. Como a alta temperatura não interfere no resultado da aplicação do produto, o trabalho poderá ser feito durante o dia.
Pelos cálculos do secretário, serão necessários 200 metros quadrados de cobertura asfáltica. Estima-se que 6% deste total sejam da ‘massa’ resultante do pneu triturado. O processo é considerado simples e ‘um pouco mais caro’. O secretário não soube comparar os valores entre o processo de asfalto comum e o que utiliza a borracha.
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A ordem de serviço deve sair dentro de 30 dias. A expectativa da prefeitura é que a obra termine até o final de dezembro.
Buracos
Enquanto isso, o anúncio da nova tecnologia refresca a memória dos usuários. Quase um ano depois, moradores e turistas se deparam com mais uma promessa envolvendo a via. Em setembro do ano passado começou o recapeamento entre a rótula da rodoviária e o elevado de acesso à Avenida da Saudade.
Houve muita confusão no trânsito com longas filas e congestionamentos. Buracos no asfalto restam como prova da obra de R$ 8 milhões. Agora, é esperar para ver se esta borracha apaga de vez com os transtornos causados pela buraqueira em uma das mais belas avenidas da Capital.
Pesquisa
Os asfaltos de borracha foram tema da dissertação de doutorado da professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Liseane Padilha Thibes. Foram quatro anos de pesquisas e testes em Florianópolis e Portugal para se chegar à formula que prega maior economia e resistência no asfalto que tem, na composição, a borracha moída dos pneus. De acordo com a pesquisadora, o estudo é uma alternativa ecologicamente correta.
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-A principal vantagem está no melhoria dos pavimentos brasileiros. Com um material mais durável e resistente nas rodovias e ruas, o usuário terá mais segurança ao trafegar.
A tecnologia era utilizada nos Estados Unidos há mais de 40 anos. A patente foi quebrada na década de 90 e outros países tiveram a oportunidade de estudá-la. No Brasil, a técnica é considerada moderna e utilizada, principalmente, no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.
O material é produzido pela Petrobrás e por cerca de 10 refinarias. Liseane afirma que as usinas interessadas podem comprar a borracha e misturá-las ao asfalto tradicional para deixar as vias mais duráveis.